Seis clubes do Campeonato de Portugal que estão contra o fim antecipado da prova marcaram um protesto para terça-feira em frente à Cidade do Futebol, que prometem concluir antes da partida Santa Clara-Portimonense, da I Liga.
“O nosso protesto está marcado para as 17:00 e será efetuado em frente à sede da Federação Portuguesa de Futebol, do lado contrário ao campo. E terminará antes do jogo arrancar [19:00]. Não haverá qualquer coincidência de horários entre o protesto e o jogo”, disse à agência Lusa o presidente da Olhanense SAD, Luís Torres.
A FPF decidiu, em maio, concluir de forma antecipada o Campeonato de Portugal, indicando para a promoção à II Liga Vizela e Arouca, os dois clubes com mais pontos à data da suspensão da prova, em março.
A data de terça-feira, 16 de junho, foi escolhida de forma simbólica por Fafe, Lusitânia de Lourosa, Praiense, Benfica e Castelo Branco, Olhanense e Real SC, para demonstrar que “era possível” efetuar os jogos do ‘play-off’ do Campeonato de Portugal.
“Era uma das datas que estava prevista pela FPF para a realização dos encontros de ‘play-off’ de subida à II Liga com os oito clubes que ocupavam os dois primeiros lugares de cada série. O facto de haver um jogo na Cidade do Futebol nesse dia mostra que era possível realizar os nossos encontros, como estava determinado antes de a federação voltar atrás”, sublinhou o dirigente.
Sustentando que existem “várias decisões administrativas arbitrárias” a afetar emblemas de diversos escalões, o presidente da Olhanense SAD convidou “todos esses clubes afetados a juntarem-se ao protesto contra as ilegalidades que estão a ser cometidas”.
Segundo Luís Torres, à exceção do Praiense, cujos representantes não podem viajar dos Açores, estarão presentes dirigentes, jogadores e adeptos dos outros cinco emblemas, em número limitado devido às normas para evitar a propagação da covid-19.
“Estamos a planear quantas pessoas cada clube levará até à Cidade do Futebol, sabendo que vamos respeitar integralmente todas as diretrizes de distanciamento social e higienização. Para mostrar o nosso desagrado, de forma simbólica, não são precisas 10 mil pessoas”, referiu o líder da SAD algarvia.
Esta é “apenas mais uma ação” na luta para reverter uma situação que o dirigente da SAD do Olhanense considera “ilegal”, estando por decidir o recurso que os clubes apresentaram no Conselho de Justiça da FPF em relação à decisão da direção em reunião de 14 de maio.
Nessa data, a direção da federação anulou a decisão de 02 de maio de promover Vizela e Arouca, as duas equipas do Campeonato de Portugal com mais pontos, ao segundo escalão, mas aprovou um aditamento regulamentar que lhe permitiu, em consequência, indicar a subida dos mesmos dois conjuntos.
“A própria federação, ao anular as decisões de 02 de maio, reconheceu que estava a cometer uma ilegalidade”, frisou Luís Torres.