A deputada Ofélia Ramos interveio no debate da proposta do PCP de aumentar o salário mínimo para 850 euros, um aumento de 215 euros, correspondente a 34%.
A parlamentar do PSD eleita pelo Algarve descreveu o quadro atual da economia da região: “a queda do PIB na ordem dos 9,3%; um défice de 7,2%; uma dívida pública gigantesca a disparar para valores históricos; e uma quebra da produtividade de 3,4%, a par duma explosão do desemprego, com regiões, como o Algarve, a registarem aumentos de cerca de 200%”.
A deputada justifica assim a sua posição, censurando a proposta e considerando-a “irresponsável e desfasada da dura realidade que o país enfrenta”.
Ofélia Ramos questionou a coerência do Governo quanto à sua intenção de aumentar o salário mínimo ao afirmar que “por um lado, o Governo reconhece as sérias dificuldades que as empresas enfrentam, e disso são prova as medidas com vista a preservar as empresas e a manter os postos de trabalho; por outro, aumenta o salário mínimo, agravando os custos das empresas que diz querer salvar”. “É o jogo do dá e tira”, disse, lembrando que são as empresas do setor do turismo, alojamento, restauração e similares que mais empregam trabalhadores que auferem o salário mínimo nacional. “Não saberá, que são precisamente as pequenas e médias empresas que mais precisam do apoio do Estado para sobreviver e manter os postos de trabalho”, questionou.
A terminar, Ofélia Ramos referiu que “a inflação está próxima de zero, pelo que os trabalhadores não perdem poder de compra com a manutenção do valor do salário mínimo”, concluindo que “aumentar o salário mínimo em plena crise económica e social significa mais falências e mais desemprego”.
À margem do debate, Ofélia Ramos assinalou que “desejaria que o salário mínimo fosse progressivamente mais elevado, mas que o momento que hoje se vive exige um esforço de todos, empresas e trabalhadores, para preservar o emprego e salvar empresas, apontando o Algarve como a região que pode ser mais adversamente afetada por medidas desta natureza”.