As obras de renaturalização do Pego do Inferno são para terminar “o mais rapidamente possível”, disse ao POSTAL Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira. “As obras já deveriam ter terminado mas apesar de alguns atrasos estão a decorrer a bom ritmo”, acrescentou.
Estão a ser retiradas as estruturas de madeira queimadas que resultaram do incêndio de 2012 e a ponte de ferro também vai ser retirada “quando ninguém estiver em perigo iminente porque, como está bom tempo, as pessoas continuam a visitar o local”, refere o autarca. O investimento total destas obras não ultrapassa os dez mil euros.
Proprietários dos terrenos e integridade do espaço têm de ser respeitados
Todas as propriedades em volta do Pego do Inferno são privadas e por isso, no que respeita à futura utilização do espaço, Jorge Botelho pretende “envolver as comunidades e ouvir as pessoas”, mas realça que é necessário respeitar a vontade dos proprietários dos terrenos “até porque há bem pouco tempo um desses terrenos foi vendido a uns estrangeiros que já reuniram com a Câmara e que têm as suas próprias ideias para o espaço”.
Ao POSTAL o autarca revela ainda que a Câmara tem as suas ideias para aquilo que deve ser feito no local mas que, além da vontade dos proprietários, importa acima de tudo respeitar a integridade do espaço. Para Jorge Botelho, “o Pego do Inferno não pode continuar a ter o tráfego humano que tinha. Trata-se de um local ambientalmente sensível e a sua utilização não deve ser feita de forma massiva porque compromete a sua qualidade e sustentabilidade”.
Encontro no Centro Ciência Viva de Tavira discutiu o ‘Futuro do Vale da Asseca’
No âmbito do projecto REASE – Rede de Educação Ambiental para os Serviços dos Ecossistemas, a Almargem promoveu esta quinta-feira, 16 de Novembro, no Centro Ciência Viva de Tavira, um encontro onde foi discutido o ‘Futuro do Vale da Asseca’.
Uma iniciativa que Jorge Botelho considerou importante e por isso aceitou fazer parte do painel de oradores, fazendo um ‘Ponto de situação do processo Pego do Inferno’. O restante painel foi constituído por: João Santos (Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve) – ‘Biodiversidade do Pego do Inferno e Vale da Asseca’; Rita Borges (Centro Ciência Viva de Tavira) – ‘A Carta de Princípios para o Pego do Inferno’; e Hélder Pereira (GeoWalks & Talks – Geoturismo no Algarve) – ‘Valorizar o Território através da Geodiversidade’.
O autarca tavirense aposta em prosseguir a abertura ao público da discussão sobre o destino do espaço e a melhor forma do seu aproveitamento sustentável.
(Cátia Marcelino / Henrique Dias Freire)