O investimento feito pela Câmara de Faro ao abrigo do programa de requalificação da rede viária do concelho ‘Faro Requalifica’ (fase I) representou uma verdadeira inversão de políticas no que toca à conservação e renovação da rede viária do município.
Planificada ao longo de meses, “com um esforço assinalável e que cumpre reconhecer dos técnicos da autarquia”, como refere o presidente da Câmara Rogério Bacalhau, a segunda fase do ‘Faro Requalifica’ está pronta a entrar em execução.
Sem se querer comprometer com a identificação de qual será a primeira obra da rede viária a iniciar-se, o autarca farense sublinha que “existem vários concursos públicos a decorrer neste momento – uns mais complexos do que outros, nomeadamente alguns que carecem de visto do Tribunal de Contas – e portanto nem todos dependem só do presidente, ou mesmo só da câmara, para avançarem”.
Como referiu ao POSTAL em declarações recentes o vice-presidente Paulo Santos, “o trabalho de preparação para o avanço das obras está feito e em condições das mesmas avançarem ‘já amanhã’”, mas a verdade é que muitas das intervenções previstas terão execução até fim do ano, outras iniciar-se-ão este ano e prolongar-se-ão até 2017 e, outras ainda, terão início só mesmo no próximo ano.
Isto mesmo reconheceu Rogério Bacalhau ao POSTAL e quanto a datas de arranque de obras apenas adianta que “os trabalhos no terreno para a requalificação do Largo das Mouras Velhas devem arrancar já no próximo mês de Novembro”.
Dois milhões de euros de obra
Quanto a gastos com este programa a segunda fase vai mais que duplicar a verba investida pela autarquia na fase I, saltando de cerca de 800 mil euros para dois milhões de euros de investimento.
Assim se põe ponto final à situação de abandono a que esteve votada a rede viária do concelho durante mais de uma década, devido à falta de recursos financeiros e a um endividamento de enorme peso – bem como as suas consequências, nomeadamente o recurso ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) – que ditaram durante anos, a par da crise, a inexistência de verbas capazes de assegurar quaisquer obras na rede de estradas farense, mesmo as mais insignificantes.
Consolidadas as contas da autarquia no que diz respeito a disponibilidades financeiras imediatas, à dívida através da conversão da mesma no âmbito do Plano de Reequilíbrio Financeiro e no caminho da renegociação do serviço da dívida – um trabalho que ultrapassa o actual mandato – a autarquia ganhou margem de manobra orçamental como resultado conta com o saldo de gerência do orçamento de 2015 para garantir o “Faro Requalifica II”.
Mais do que estradas, obras em várias frentes
Mais do que as vias a serem intervencionadas no ‘Faro Requalifica’ nesta segunda fase tem na sua esfera de trabalhos a executar pela cidade obras em equipamentos desportivos, parques infantis, escolas, piscinas, cemitérios, entre várias outras intervenções.
Na rede viária os trabalhos incluem a reabilitação e arranjos na Av. 5 de Outubro; a execução de troço na Rua Féria Pavão; a repavimentação das ruas Emissor Regional do Sul, António Belchior Jr., Baptista Lopes e do Sol, além de várias artérias do Alto Rodes.
Na calha está também a repavimentação da Estrada de S. Luís (parcial), da Estrada da Senhora da Saúde (parcial) e das Avenidas Cidade de Hayward (entrada por Olhão) e Dr. Gordinho Moreira (entrada por Loulé).
Não escapam aos trabalhos as travessas Ivens, das Flores e da Conceição, vários arruamentos de Gambelas e do Montenegro, bem como as urbanizações da Galvana e de Mata Lobos, da Estrada Municipal 520-4 em Bela Salema, a estrada dos Gorjões, vários arruamentos de Estoi e na Conceição de Faro, o Largo do Sol Posto e a Rua do Moínho no Patacão, todas para intervenções de repavimentação.
No mesmo pacote destaque ainda para as intervenções de requalificação do Cemitério da Esperança e edificação de mais gavetões, a reparação da Fonte do Largo do Pé da Cruz, já a decorrer, e a prometida requalificação do Bairro dos Centenários.
A execução de um plano audacioso de obra que dará à cidade e ao concelho nova dignidade e funcionalidade em termos de trânsito e de espaços e infra-estruturas públicas, mas que o próprio presidente da autarquia reconhece não poderá ficar por aqui. “Depois de anos de paralisação a Câmara terá de prolongar o esforço de investimento na requalificação mais alguns anos e seguidamente reservar em todos os orçamentos verbas para manter o que está a ser feito para que não nos voltemos a encontrar na mesma situação