O investimento de 32,8 mlhões de euros da ANA – Aeroportos de Portugal, detida pela Francesa Vinci, promete revolucionar o Aeroporto de Faro, dotando a infra-estrutura de capacidade efectiva de resposta para o crescimento exponencial que o mercado da aviação e do turismo, se prevê, terão nos próximos anos.
Os milhões vão até Março de 2017 criar uma nova aerogare que cresce quase 12 mil metros quadrados em área, passando dos actuais 81.200 metros quadrados para 93.120 no final dos trabalhos.
O que vai mudar no piso térreo
De acordo com a ANA, a aerogare cresce, ao nível térreo (piso 1), para poente, acolhendo neste espaço o alargamento da área de gestão e recolha de bagagens u[passando a dispor de quatro tapetes de recolha de bagagem, mais um do que o número actual] e de verificação de passaportes nas chegadas w.
A expansão faz-se também para norte ao longo de toda a frente da aerogare (mais 6.324 metros quadrados) até ao limite dos actuais curbsides, criando um amplo espaço central que acolherá do lado ar uma generosa área de comércio e restauração v, o mesmo se passando do lado terra, ficando entre estas uma vasta área de escritórios e serviços de apoio aeroportuários xy. A poente nasce uma área alargada de controlo de passaportes ao mesmo tempo que ganham espaço os átrios de espera para os balcões de check-in.
Piso 2 ganha quase cinco mil metros quadrados
Já o piso 2 da aerogare cresce 4.700 metros quadrados, para poente para acolher espaços de escritórios que também ocuparão o extremo nascente deste piso | e para norte na zona central da aerogare para acolher áreas destinadas a controlo de segurança ze permitir aumentar a área de comércio e restauração {. No topo norte o piso 2 terá vista para o piso 1 através de um genoroso saguão que se estende ao longo de toda a aerogare.
Quem ganha com as alterações
Desde logo as alterações na aerogare do Aeroporto de Faro tornam maior a capacidade de processamento de passageiros e bagagens da infra-estrutura aeroportuária regional, passando dos actuais 24 para 30 movimentos de aeronaves por cada hora de operação.
No que toca a passageiros o que se pretende é fazer crescer de 2.400 para 3.000 passageiros [em cada sentido – chegadas e partidas] a capacidade por hora da aerogare.
Esta progressão é especialmente importante quando um aeroporto tem grande rotatividade de aeronaves, o que no caso de Faro é uma realidade premente, dadas as características do aeroporto que opera essencialmente companhias low cost, cujas aeronaves têm um tempo de permanência em placa muito reduzido.
Depois, a ANA ganhará e muito em receitas nas áreas comerciais e de restauração que crescem substancialmente, ao mesmo tempo que aumenta o leque de oferta feita nestas áreas aos utilizadores do aeroporto.
Resta saber se haverá o aumento de pessoal de terra e operacional correspondente a esta nova capacidade aeroportuária, em particular no Verão IATA (acrónimo inglês para Associação Internacional dos Transportes Aéreos), repetidas que são as queixas do pessoal de terra e handling sobre a subcontratação por parte dos operadores aeroportuários de terra face às necessidades do aeroporto.
Aerogare tapada pelos estaleiros de obras
As actuais obras que taparam toda a fachada da aerogare do Aeroporto de Faro desde meados de Outubro e que a transformaram num verdadeiro estaleiro estão ainda a afectar somente o exterior do edifício. Não obstante, mais tarde ou mais cedo os trabalhos terão de avançar para o interior da aerogare, o que se espera não venha a causar demasiados transtornos, necessariamente inevitáveis, na época alta do turismo.
Tudo para dotar o aeroporto regional de uma capacidade de processamento que permita acomodar os mais de seis milhões de passageiros por ano (atingidos em 2014) e o crescimento do turismo regional que no último ano conseguiu ultrapassar os 16 milhões de dormidas em números oficiais.