O cordão dunar da ilha de Tavira vai ser brevemente reforçado, com areias resultantes das dragagens que a Sociedade Polis Litoral Ria Formosa vai efectuar nas Barras da Fuseta e da Armona, em Olhão.
Os trabalhos de dragagens foram lançados a concurso pela Polis no final de Janeiro e, apesar de os trabalhos decorrerem em Olhão, a Ilha de Tavira beneficiará do investimento de mais de 4,5 milhões de euros feito na remoção de inertes das barras e canais adjacentes do concelho vizinho.
Mas não é só aqui que o concelho liderado por Jorge Botelho sai a ganhar em matéria de obras a avançar proximamente a cargo da Polis. Também o cais de embarque para a Ilha de Tavira está na calha dos trabalhos a realizar.
O POSTAL sabe que, em fase de dissolução, a Polis, em reunião do Conselho de Administração, decidiu reafectar as verbas ainda existentes nos seus activos, no valor de cerca de 6,5 milhões de euros, e distribuí-las pelos projectos previstos no seu programa para os territórios dos municípios accionistas de Tavira, Loulé, Olhão e Faro.
Dinheiro das Câmaras algarvias fica no Algarve
“Há muito que tentava, junto do Governo, que o processo de extinção da Polis não implicasse o retorno das verbas existentes nos cofres da sociedade para os cofres do Estado”, disse ao POSTAL Jorge Botelho.
O presidente da Câmara de Tavira refere que “não seria aceitável que o dinheiro investido pelas autarquias no capital social da Polis não fosse aproveitado até ao último cêntimo em obras a realizar nos municípios envolvidos”.
“Trata-se de dinheiro dos municípios algarvios que não pode deixar de ser usado para próprio benefício das populações locais, nomeadamente, Tavira”, continua o autarca, congratulando-se por “ter sido ouvido”, considera.
Diálogo com ministro do Ambiente deu frutos
Recorde-se que o edil apelou, aquando da visita do ministro do Ambiente João Matos Fernandes à cidade do Gilão para inaugurar a requalificação das Quatro-Águas e a requalificação paisagística da marginal entre Pedras D’ El Rei e Santa Luzia, a 20 de Julho, para “que não se passassem muitos anos sem haver dragagens”. “Estes canais têm de ser navegáveis”, reforçava.
Na ocasião, o presidente foi mais longe e deixou o repto: “se a Sociedade Polis continua a ter dinheiro, acho que deve ser aproveitado nos projectos que ainda existem, porque enquanto discutimos, o tempo passa, e depois não aproveitamos nada”, dizia.
Cais das Quatro-Águas fica com nova infra-estrutura assegurada
Paralelamente, a redistribuição das verbas ‘congeladas’ nos cofres da Polis vem permitir garantir a renovação do cais de embarque das Quatro-Águas, de acesso à Ilha de Tavira, numa obra orçada em cerca de dois milhões de euros, sendo que um milhão será custeado pela Polis, enquanto a Docapesca e a Câmara de Tavira financiarão, cada uma, aproximadamente 500 mil euros.
O edil aguarda agora que a Sociedade Polis lhe remeta o protocolo relativo à obra a partir do qual poderá ser lançado o respectivo concurso, uma vez que já existem todos os projectos, incluindo os de especialidade para a execução da mesma.
Obra no molhe nascente da Barra de Tavira já tem estaleiro montado
Jorge Botelho avançou ainda ao POSTAL que a empresa Teixeira Duarte, numa adjudicação feita pela Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, num valor máximo admissível de mais 940 mil euros, “vai iniciar, em breve, trabalhos de reforço estrutural da lateral nascente da barra de Tavira”.
A obra, autorizada ainda em 2015 e que foi lançada a concurso durante o ano passado, chega assim ao terreno, permitindo evitar que o enrocamento nascente da barra de Tavira possa cair para dentro do canal de acesso ao mar, causando dificuldades ou até mesmo impedindo a sua navegabilidade.
(Com Ricardo Claro)