No primeiro sábado de 2021 o nosso planeta atingiu o ponto da sua órbita mais próximo do Sol: o periélio. Apesar disso, como nesta altura do ano o hemisfério norte está voltado na direção contrária à do Sol, o nosso astro-rei apresenta-se a sul do equador celeste (projeção do equador na esfera celeste). Consequentemente por estes dias no nosso país as noites são mais longas e frias do que o eram há seis meses (altura do ano em que o nosso planeta estava mais longe do Sol).
Na noite de dia 2, a Lua foi vista junto a Régulo, o coração da constelação do Leão. Esta efeméride repetir-se-á na madrugada de dia 30.
Por sua vez, no primeiro domingo do ano ocorreu o pico de atividade da chuva de estrelas Quandrantidas, as quais parecem surgir de uma parte do céu (o radiante) ocupada pela constelação Quadrans Muralis (Quadrante Mural), imaginada pelo astrónomo francês Jérôme Lalande mas que atualmente está em desuso. Ao contrário de outras chuvas de meteoros, as Quandrântidas não resultam da passagem do nosso planeta junto do rasto de um cometa, mas sim de um asteroide: o 2003 EH1. De notar que devido à presença da Lua, mesmo em locais sem de fontes de poluição luminosa este ano não são serão visíveis mais do que duas dezenas de meteoros por hora.
Na manhã de dia 6 terá lugar o quarto minguante. Este ocorre 3 dias antes da Lua atingir o ponto da sua órbita mais próxima da Terra (o perigeu).
Entre o anoitecer dos dias 9 e 11 o planeta Mercúrio irá passar ao lado de Saturno e Júpiter.
Ao final da madrugada de dia 10, iremos assistir a Lua nascer junto a Antares, uma estrela gigante avermelhada no coração da constelação do Escorpião. Uma madrugada depois o nosso satélite natural já terá chegado até junto de Vénus.
A Lua Nova dar-se-á na madrugada de dia 13, não sendo possível observa-la por se encontrar na direção do Sol. Só voltaremos a observar a Lua ao início da noite de dia 14, quando esta se puser ao lado de Mercúrio.
Na noite de dia 20 terá lugar o quarto crescente. Ao longo dessa noite poderemos ver como a Lua se irá aproximando aos poucos do planeta Marte.
Na madrugada de dia 24, a Lua será vista ao lado de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Nesta mesma madrugada Saturno estará em conjugação (i.e. na direção) com o Sol, enquanto Mercúrio atingirá a sua maior elongação (afastamento) para Leste relativamente ao Sol. Assim enquanto a primeira efeméride não nos permite observar Saturno, a segunda dar-nos-á mais tempo para observar Mercúrio ao início da noite seguinte.
Ao anoitecer de dia 28 terá lugar a Lua Cheia, a última grande efeméride deste mês.
Bom ano e boas observações!
Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC)
(Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva)