O gato dos sete fôlegos
Passa tempos em hibernação. Mas acaba sempre por reaparecer à superfície como peixe de águas profundas. Dele se diz que é a mais persistente e original figura da política algarvia. Tem os sete fôlegos de um gato. Foi um dos mais interventivos deputados ao longo de mais de uma década. Incompatibilizou-se com Cavaco Silva quando este ascendeu à liderança do PSD e saiu do partido. Logo de seguida, foi o mentor de um movimento regionalista, no tempo em que a regionalização falava. Mais tarde, após um período na penumbra, regressou aos holofotes e apareceu com a maior das suas originalidades: criou uma confederação de empresários sem… federações! Foi o tempo dos grandes planos e das propostas de excelência. Esse era o palco que precisava para dali conquistar o ambicionado Palácio da Sé. Que conseguiu. Mas não resistiu ao primeiro sopro. E quando se julgava que tinha calçado definitivamente as pantufas, eis que de novo anda por aí, na liderança de uma frente empresarial para a renovação económica. Um dia, já bem longe, ainda chegou a acreditar que à frente do CDS de Lucas Pires, poderia tornar-se “a voz do Algarve”. Mas houve um malandro que lhe roubou o G do Algarve e deixou o gato com o rabo de fora. Quem será este felino? O que andará por aí a magicar?
Luz verde para jardim de rua
Tem nome fino e estrangeiro para impressionar. Chamam-lhe Street Garden, uma espécie de jardim de rua. Ao que contaram ao Mandador, o projeto a ser concretizado pelo chefe do palácio da Sé, no Bom João, em Faro, venceu um concurso e vai receber um prémio de 20 mil euros. Não é uma grande fortuna nos tempos que correm, mas sempre dá para pagar a água no final do primeiro mês. Além do mais, cai sempre bem um gesto de reconhecimento por mais pequeno que seja. E numa cidade tão carente de verdura, não é de desprezar nem de deitar fora. Sinal verde pela ideia.
Luz vermelha para ambições especulativas
Para os lados da Senhora da Bem-Saúde parece que existe um espaço enorme a pedir um grande jardim que é coisa que a capital do reino não conhece há mais de um século. Conforme escreveram os jornais, aquele espaço estava a ser negociado para ali se erguer um jardim de cimento e uma fortaleza de arranha céus. Contaram ao Mandador que só a autarquia pode travar todas as tentações de especulação imobiliária que possam existir, uma vez que aquele terreno foi negociado e pago pelo Palácio da Sé, para a então telefonia nacional ali exercer a sua atividade de serviço público. Representantes de associações ambientalistas e do património reafirmaram ao Mandador, que esta é a grande oportunidade para dotar aquela zona central da cidade com um grande pulmão verde, para usufruto de sua população! E em tempo de autárquicas que se avizinham, uma proposta destas vinha mesmo a calhar! Quem quer ganhar as eleições?
Os vira casacas
Há pessoas com uma energia de fazer inveja às pilhas duracel. O Mandador julga saber que um ex-senador do condado de Baltum em três mandatos consecutivos, e outros tantos como turista chefe do reino, está a mover os céus e a terra para um regresso às origens! Após, um interregno e prolongado silêncio mas – ao que consta– com grande brilho e proveito no negócio da imobiliária, eis que o dito cujo já se posiciona como independente na luta para desalojar o pesado líder que rola na equipa cor de laranja e que parece estar de pedra e cal, no lugar em disputa. Já há quatro anos tentou vestir a camisola da equipa adversária, mas a sua proposta não mereceu o aplauso nem a clemência do chefe de fila da equipa cor de rosa. Ali, parece que não gostam muito dos troca tintas nem dos vira casacas! Que vai dar ao mesmo! E siga o baile….
Chega mais p’ra lá
O novo partido da extrema direita com fortes sinais dos velhos tempos, mal chegou e já disse ao que vem. Nos Açores, forçou Rio a ceder num acordo de viabilização do governo naquelas ilhas atlânticas. E não exclui novas conversas para o cont’nente. Por estes dias não se tem falado noutra coisa e o Chega nunca pensou em ter tanto palco e exposição mediática. De tal modo que já se dá por certo que, depois das eleições presidenciais, chegará a vez das eleições autárquicas do próximo ano. No Algarve – apurou o Mandador – há meia dúzia de cidades onde admite concorrer com listas próprias. Faro, Olhão, Loulé, Tavira, Silves, Portimão e Vila do Bispo, são algumas das câmaras onde o Chega vai querer chegar e… mandar! Ponham-se a pau, meus senhores! Eles andem por aí, como diz o Manel algarvio…
Mais olhos que barriga
Há políticos que se candidatam a todos os lugares e mais alguns mas, uma vez conquistados os seus objetivos, nunca mais lá põem os pés. É uma prática corrente, sobretudo, entre os ilustres deputados da nação que acumulam com as presidências das assembleias municipais e outros cargos que lhes são bastante úteis para acrescentar ao seu curriculum político. Não viria mal nenhum ao mundo se essa acumulação de funções não lhes atrapalhasse o desempenho nesses órgãos e nem servisse de desculpa para mais tarde não se empenharem nesses lugares! Vem isto a propósito de Luís Graciano que, sem vencer as eleições, foi eleito, por negociações inter partidárias, para presidente de um dos mais importantes plenários do reino. Esteve no cargo uns tempos e logo se cansou das prolongadas e desinteressantes sessões do parlamento local. Além do mais, o lugar dá pouca renda! E daí até se fazer substituir por Lídia Parreira, foi um passo. Contaram ao Mandador que o mesmo já tinha sucedido com o seu antecessor, num percurso que lhe imita a forma de estar e lhe vai garantindo a ascensão e um prolongado e bem sucedido carreirismo político. E vai de roda…
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