Elefante em loja de porcelana
Nem a idade lhe travou o ímpeto guerrilheiro que trouxe do seu tempo de militância vermelha. Agora mais alaranjado, Lameiro das Aves, é um elefante em loja de porcelana. E não se ensaia nada em apoiar ou desapoiar este ou aquele, como bem lhe apraz e conforme os seus alinhamentos partidários internos de ocasião. Foi acérrimo defensor de Rio, no Algarve, mas hoje, desiludido pela pose de estado e de compromisso do homem do Porto, mudou-se de armas e bagagens para as tropas de Montenegro. E é vê-lo passar sempre em alta pedalada, curvado sobre os seus próprios pensamentos e estratagemas em busca de novos caminhos. Para ele, é sempre em frente e fé em Deus, na luta contra o Costa, Rio, Marcelo e… a Covid-19. Ninguém o segura e lhe trava o frenesim que o transforma num temível “agitprop” da política algarvia. Cuidado com ele!
Uma mulher ao volante
Herdou uma câmara afogada em dívidas. E dela se dizia que não teria mãos para aquele Ferrari. Não apenas se enganaram os profetas da desgraça, como Ilda Gomez está a ser a grande surpresa da política algarvia. Pé ante pé, sem se dar por ela, foi resolvendo o enorme fardo financeiro que estrangulava o município, revelando-se também uma gestora de expectativas como não se via há muito por todo este reino. Sempre a acelerar, arrumou a casa, e fez eleger Portimão a cidade europeia do desporto em Portugal. Agora acaba de colocar o seu concelho no mapa do desporto motorizado, acolhendo o regresso da Fórmula 1 e garantindo, pela primeira vez, a realização do grande prémio MotoGP. Contaram ao Mandador que ela não anda a correr atrás de nada. Pelo contrário, ela segue à frente dos autarcas e dos políticos deste reino, na capacidade de trabalho e de inovação. É uma mulher ao volante que está ali para as curvas e que acabará por surpreender ainda muito mais gente! Afinal, a voz que o Algarve precisa veio nas asas do vento norte, com sotaque da Beira Alta!
Por onde andarão os senhores da ASAE?
Esta aconteceu um dia destes. Conforme contaram ao Mandador, no serviço de saúde das Gamelas só lá entra por estes dias quem tiver máscara cirúrgica. E vale de nada argumentar que as outras são tão eficazes como a deles. Nem mesmo que nada consta na recomendação da DGS a obrigar aquele modelo e aquela cor. Só lá entra mesmo quem tiver a azulinha, que se encontra disponível para venda pela módica quantia de 100 cêntimos! Afinal, o preço de umas três ou quatro em qualquer mercado lá fora. É pegar ou largar, meus senhores! E mais – garantiram ao Mandador – não há recibo nem IVA ou se houver é de cara torcida: “acha que vou passar um recibo de 1 euro?”. Pois… já toda a gente sabia que a saúde é um negócio, mas assim à descarada? Pela vossa saúde!!!… Por onde andarão os senhores da ASAE?
Com a verdade me enganas
Andam tão discretos, tão discretos que dir-se-ia que não existem. Pelo menos é o que o Mandador escutou um dia destes, num grupo onde o tema de conversa era a câmara de Faro e a oposição cor de rosa. O objeto em comentário era que nas reuniões do executivo não havia decisão que não recebesse dos vereadores da rosa um frenético aplauso de apoio. E como amor com amor se paga, não faltam os elogios da bancada da maioria, à postura – que classificam – de séria e responsável da oposição socialista. “Pois claro, pudera”! Foi o desabafo sonoro de alguém do grupo. Mas para a coisa não parecer tão descarada e escandalosa, o edil Pero Magrinho não resistiu a comentar tamanha generosidade laranja: “sejam mais comedidos nos elogios, meus senhores, senão ainda vão pensar que estamos feitos uns com os outros!”. Com a verdade me enganas, rematou o outro ao lado! E siga a roda…
Santos da casa não fazem milagres
Há as obras de Sta Engrácia e há as obras de S. Nunca à Tarde. As últimas parecem ser as mais numerosas. Por exemplo, a variante à 125 que atravessa a cidade de Olhão, já anunciada vezes sem conta. E pelo andar da carruagem vai demorar ainda muito mais tempo do que a variante de Faro. Trata-se de uma obra fundamental para a fluidez do trânsito na 125 e para Olhão, que não há maneira de se livrar da confusão que por ali corre todos os dias. O Pina Júnior mandador do palácio do condado, foi visto, por estes dias, a examinar à lupa se o orçamento do Estado trazia alguma novidade em relação a este assunto. Mas para seu desancanto nem um tostão e nem uma linha. Mal podendo acreditar, apressou-se a ligar ao Zé da Pontinha na esperança de garantir um lugar na primeira fila dos milhões que hão-de chegar da Europa, se Deus quiser. Até lá, está a ponderar construir um heliporto no cerro de S. Miguel e mudar-se para lá, para ficar com o céu ao alcance das mãos. Talvez, assim, o milagre aconteça mais depressa! Vrummmmmm
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