A presença da Lua junto a Saturno sinaliza o segundo e o penúltimo dia deste mês.
Neste intervalo de tempo ocorrem os picos de atividade de três chuvas de meteoros. Duas parecem irradiar da constelação do Touro (as Táuridas do Sul e do Norte), enquanto outra tem o seu radiante na constelação do Leão (a chuva de estrelas Leónidas).
Embora tenham intensidades semelhantes, não superando a meia dezena de meteoros por hora, as Táuridas do Sul e do Norte distinguem-se pela localização dos seus radiantes e por terem picos de atividade separados por seis dias: a primeira na noite de dia 6 e a outra na madrugada de dia 12. Este ano a presença da Lua Cheia na constelação do Touro irá dificultar a observação do pico de atividade das Táuridas do Norte.
A seu turno, o pico de atividade da chuva de estrelas Leónidas terá lugar na madrugada de dia 18, que este ano coincide com a véspera do quarto minguante. Embora se pudessem esperar até uma quinzena de meteoros por hora, a presença da Lua na constelação do Caranguejo irá reduzir drasticamente esse número.
Na noite de dia 9 para 10 dois planetas situar-se-ão ao lado de duas das estrelas mais brilhantes do firmamento: Vénus estará ligeiramente acima de Antares, o coração da constelação do escorpião, e Marte será visto junto a Espiga, a estrela que representa a espiga de trigo transportada pela constelação da Virgem. Mas enquanto Vénus apresenta-se como estrela da tarde, Marte só nascerá ao final da madrugada,
A seu turno, Mercúrio apenas será visível nos céus vespertinos até à primeira quarta-feira de novembro. Depois já só volta a reaparecer a partir de dia 18, já ao final das madrugadas. Este planeta atinge o seu maior afastamento para oeste relativamente ao Sol no dia 28.
No dia 11 teremos a oportunidade de ver Mercúrio em pleno dia. Tal será possível pois entre o meio e meia hora e as dezoito horas desse dia (altura em que o Sol já se terá posto em Portugal Continental) este planeta irá passar à frente do disco solar, um fenómeno astronómico chamado de transito planetário.
Atendendo à diferença de tamanho entre o Sol e Mercúrio, este planeta apenas consegue bloquear uma pequeníssima parte da luz solar. Mas noutros casos, o efeito é suficientemente intenso como para permitir encontrar planetas fora do nosso sistema solar.
Nunca é demais recordar que, dado o tamanho de Mercúrio, a sua observação no disco solar requer o uso de binóculos ou telescópios que estejam equipados com filtros especificamente criados para esse efeito. O não cumprimento desta regra de segurança acarreta graves consequências para a nossa visão.
No intervalo de tempo que separa as noites de dia 13 a 19, veremos como a Lua se terá deslocado de Aldebarã, o olho da constelação do Touro, até junto de Régulo o coração da constelação do Leão, passando ao lado de Pólux, a estrela à cabeça desse gémeo celeste.
A Lua será vista a aproximar-se de Marte na madrugada de dia 24. Um dia depois, véspera da Lua Nova, a Lua terá chegado ao pé de Mercúrio.
Finalmente entre os dias 27 e 28 veremos a Lua passar pelos planetas Júpiter, Vénus e Saturno.
Boas observações!
Fernando Gutiérrez Pinheiro (CITEUC)
(Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva)