O início do mês é assinalado pela passagem da Lua junto a Marte, planeta que atualmente se encontra na constelação do Capricórnio.
A seu turno, o quarto minguante de dia 6 antecede em algumas horas a chegada da Terra ao seu afélio: ponto da orbita mais afastado do sol. Apesar disso, como nesta altura do ano o hemisfério norte terrestre está virado para o Sol, ele recebe mais energia do que o faz quando está no periélio (ponto de maior aproximação).
Na noite de dia 9 encontraremos Vénus (planeta visto durante todo o mês como estrela da tarde) ligeiramente acima do coração da constelação do Leão: a estrela Régulo. Durante a madrugada seguinte a Lua irá aproximando-se aos poucos de Aldebarã, o olho da constelação do Touro.
Na madrugada de dia 12 Mercúrio atinge a sua maior elongação (afastamento relativamente ao Sol) para leste. Assim, ao anoitecer desse dia veremos Mercúrio um palmo ao lado do Sol. A partir deste dia o Mercúrio aproximar-se-á aos poucos do Sol deixando de ser visível ao início de julho.
A Lua Nova terá lugar na madrugada de dia 13, ocupando parte do céu muito próxima do plano da orbita terrestre. Por este motivo irá originar um eclipse solar parcial que apenas será visível no extremo sul da Austrália.
Entre a noite de dia 14 e a madrugada de dia 16 iremos notar como a Lua se desloca da vizinhança de Mercúrio até ao pé de Vénus. Entre estas efemérides ocorre a passagem da Lua junto a Régulo no dia 15. Esta estrela será igualmente visitada por Mercúrio no dia 24.
O quarto crescente dar-se-á ao pôr-do-sol do dia 19. Esta é uma excelente ocasião para observar as crateras e montes lunares. Um dia depois iremos encontrar o nosso satélite natural ao lado de Júpiter.
Na madrugada de dia 25 a Lua passará ao lado de Saturno, planeta que por estes dias se situa na constelação do Sagitário. Duas madrugadas depois o planeta Marte estará em oposição, i.e., a direção diametralmente oposta à do Sol. Assim, Marte estará mais próximo de nós do que é habitual, apresentando-se ligeiramente maior e mais brilhante.
Ao início da noite de dia 27 terá lugar a Lua Cheia. Do alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua resultará um eclipse lunar total. Este será o eclipse lunar mais longo do século XXI, começando pelas 18 horas e 13 minutos (hora continental) e terminando por volta da meia-noite e meia.
A noite de dia 27 para 28 coincide igualmente com o pico de actividade da chuva de estrelas Delta Aquáridas. No entanto a presença da Lua cheia irá limitar gravemente o número de objetos que será possível observar, não chegando sequer à dezena de meteoros por hora.
Boas observações!
Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC e OGAUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva