Mário Centeno é acionista de sete empresas portuguesas, da SAD do Benfica à Galp Energia.
A informação consta da declaração de interesses que o líder do Banco de Portugal teve de entregar no Banco Central Europeu (BCE), onde pertence ao conselho que junta os governadores do euro.
No documento, disponibilizado no site do BCE, o antigo ministro das Finanças informa que detém ações não só do Benfica (clube de que é adepto e ao qual chegou a pedir bilhetes para jogos) e da Galp, como também da Pharol (antiga Portugal Telecom), NOS, REN, Navigator e ainda Martifer.
A divulgação dos interesses financeiros faz parte da declaração que tem de ser submetida anualmente pelos membros de topo do BCE, onde têm de constar outros dados, como anteriores atividades profissionais ou ocupações privadas e atividades de cônjuges que possam suscitar potenciais conflitos de interesse.
Neste documento não é necessário identificar qual a quantia investida nem o número de ações detidas. O algarvio Mário Centeno não tem, de acordo com a sua declaração, assinada a 21 de setembro, qualquer posição em empresas não cotadas em bolsa.
Questionado sobre se estes investimentos trazem limitação em algum dossiê que esteja no supervisor, mesmo sendo ações de empresas não financeiras, e também sobre de quando datam os investimentos e se, antes de entrar para o supervisor, tinha ações de outras empresas (nomeadamente do sector financeiro), o Banco de Portugal deu uma resposta global: “Todo o procedimento de preenchimento e publicação da referida declaração de interesses foi objeto de prévio acompanhamento e validação por parte dos órgãos do Banco de Portugal e do BCE competentes pelas matérias da ética e da conduta.”
O antecessor, Carlos Costa, não detinha qualquer ação em empresas, de acordo com a sua declaração.
Em relação a outra das informações do documento, e ao contrário da presidente do BCE, Christine Lagarde, e de outros colegas governadores, Mário Centeno não dispõe de nenhuma conta de depósito com mais de €100 mil num dos grandes bancos europeus supervisionados diretamente por Frankfurt — valor acima do qual o fundo de garantia de depósitos, em Portugal, já não cobre eventuais perdas.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso