Nos dias que correm, é inegável que a tecnologia se tornou uma presença constante nas nossas vidas, inclusive nos veículos que conduzimos diariamente. Contudo, um estudo recente divulgado pela entidade Britânica IAM RoadSmart, uma entidade dedicada à segurança rodoviária, revela uma faceta sombria desta integração tecnológica: a distração perigosa que os sistemas multimédia dos automóveis podem causar.
Segundo os resultados deste estudo, a utilização de ecrãs digitais durante a condução pode resultar em tempos de reação significativamente mais lentos, colocando em risco a segurança dos condutores e dos demais utilizadores das estradas. Surpreendentemente, os dados indicam que os condutores chegam a desviar os olhos da estrada por até 16 segundos enquanto interagem com plataformas como Android Auto e Apple CarPlay. Para contextualizar, este período de distração equivaleria a percorrer mais de 500 metros a uma velocidade de 112 km/h, uma distância assustadora em que qualquer imprevisto poderia transformar-se numa tragédia.
O aumento nos tempos de reação, estimado entre 53% e 57% durante o uso destes sistemas, é comparável, segundo o mesmo estudo, aos efeitos de conduzir sob influência de álcool ou cannabis. Efeitos estes que, ao longo dos anos, têm sido alvo de campanhas intensas de sensibilização e de políticas de fiscalização rigorosas. Contudo, parece que a disseminação da tecnologia nos veículos modernos está a introduzir um novo e igualmente grave desafio à segurança nas estradas.
O estudo revela ainda que essas distrações têm o seu maior impacto na capacidade dos condutores de detectarem veículos ao redor e manterem o controlo preciso da trajetória do veículo.
Desta forma, deverá ser questionado se a conveniência oferecida pela tecnologia no interior dos automóveis vale o risco de segurança que a mesma pode proporcionar, e se a implementação de medidas mais drásticas é ou não viável.
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