A variante norte a Faro, obra inserida no plano de requalificação da Estrada Nacional (EN) 125 na área da responsabilidade da Rotas do Algarve Litoral por concessão da Infraestruturas de Portugal, abriu ao trânsito em meados de Agosto do ano passado, mas o termo da empreitada está a arrastar-se no tempo de forma prejudicial a milhares de condutores.
Desde então o problema tem sido a conclusão dos nós de acesso da variante à cidade de Faro e a São Brás de Alportel, verdadeiras ‘obras de Santa Engrácia’ que se têm arrastado ao longo de meses com largos tempos de paragem sem quaisquer trabalhos nas duas frentes de obra, o acesso à Avenida Cidade Hayward (a nascente) e o acesso à EN 2 (a poente).
Nó da EN 2 é o mais complexo
O mais complexo destes acessos, o da variante à EN 2, é neste momento a frente de obra onde os trabalhos se desenrolam com maior celeridade e com mais trabalhadores em obra, sendo que já estão no local as máquinas para aplicação do tapete betuminoso final que foram descarregadas no local ontem quando o POSTAL se deslocou à obra (ver galeria de fotos).
Este nó, necessário para o acesso de e para Faro e São Brás, está a ser construído recorrendo a uma solução de recurso que evita demolir as habitações encostadas a norte do viaduto da variante sobre a EN 2 e para tanto o projecto prevê a criação de uma primeira rotunda na EN 2 (já construída) e de uma segunda rotunda sob o viaduto da variante situado a nascente da EN 2 (ver mapa).
Como vai funcionar o nó de São Brás da variante a Faro clique no mapa para conhecer em pormenor
Será esta segunda rotunda em plena construção a garantir as entradas e saídas do trânsito na variante em todos os sentidos excepto no que respeita ao tráfego oriundo de Loulé / aeroporto com destino a São Brás e Faro que sai da variante directamente para a rotunda já construída na EN 2.
Um nó essencial
O nó da EN 2 é essencial em particular para quem vive a norte da variante e para os condutores oriundos de Estoi, Bordeira, Machados e São Brás de Alportel, bem como, do nó de São Brás da A22.
Caso este nó não fosse construído todo este trânsito teria para aceder à variante de entrar dentro de Faro ou recorrer a estradas secundárias para ter acesso à EN 125.
Por outro lado, todo o trânsito de e para a zona central da cidade de Faro também teria de cruzar a cidade para aceder à variante caso este nó não fosse construído.
Exactamente por isso Vítor Guerreiro, presidente da Câmara de São Brás, dirigiu à Infraestruturas de Portugal um pedido de esclarecimento sobre a efectiva construção do nó da EN 2 aquando da abertura da variante em Agosto, momento em que não se vislumbrava qualquer obra que indicasse a intenção de se vir a construir um nó de acesso à EN 2.
Como na altura referiu ao POSTAL o autarca “não há sinais de que se vá construir nó de acesso a São Brás, o que é inadmissível se se vier a confirmar”. A falta de informação sobre a requalificação da EN 2 aos autarcas por parte dos responsáveis pelas obras na EN 125 é aliás um caso repetido em vários dos troços em intervenção, como se os trabalhos não decorressem em território sob autoridade dos municípios e como se não fossem as intervenções em causa trabalhos que afectam profundamente quer na execução, quer nas soluções preconizadas, as populações de cada concelho.
Meses de trabalhos a meio gás
Desde Agosto os trabalhos nos acessos a Faro e São Brás têm decorrido em regime de paragem total ou quase paragem.
Só recentemente a pressão do autarca Rogério Bacalhau junto da Infraestruturas de Portugal logrou surtir algum efeito acelerando as obras nos dois pontos de acesso à capital de distrito, como o POSTAL noticiou.
Mas depressa o esforço esmoreceu no caso do acesso à Avenida Cidade Hayward, via rotunda das bombas de combustível do Jumbo, onde a obra está quase parada.
Neste acesso apenas faltam concretizar a cobertura do separador central, acertos de pormenor e a colocação as baias de protecção da ponte sobre a ribeira junto à rotunda das bombas de combustível do Jumbo, mas estes trabalhos tardam há já mais de duas semanas.
Sem um calendário de trabalhos conhecido e concordante com o contrato de concessão renegociado e que aguarda visto do Tribunal de Contas, como o POSTAL noticiou em primeira mão, as obras decorrem ao ritmo decidido pelos responsáveis pelas mesmas e ao arrepio de qualquer poder de acompanhamento por parte dos municípios e entidades regionais.
Saber quando serão concluídas as obras é assim uma incógnita a que nem Infraestruturas de Portugal, nem Rotas do Algarve Litoral, quiseram dar resposta quando contactadas pelo POSTAL no âmbito da tentativa de antecipação da data de conclusão dos trabalhos na variante do Troto, também esta em fase avançada de obra.
Resta esperar para ver, seja para os utilizadores dos acessos em falta, seja para as autarquias envolvidas também elas mantidas completamente à margem do processo.