A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) defendeu a “total renovação” e a reabertura do traçado da Linha do Alentejo entre Beja e a Funcheira, no concelho de Ourique, no âmbito do Plano Ferroviário Nacional (PFN).
A proposta surge nos contributos que a CIMBAL, que agrega 13 do 14 municípios do distrito de Beja (com exceção de Odemira), apresentou no âmbito da consulta pública do PFN, que decorreu até final de fevereiro.
No documento, consultado hoje pela agência Lusa, a CIMBAL diz registar “com agrado” a intenção de reabrir o troço da Linha do Alentejo entre Beja e a Funcheira (Ourique), defendendo em simultâneo uma “total renovação, modernização e eletrificação da linha”.
“Propomos também a concretização de um verdadeiro serviço de Intercidades, beneficiando da renovação da Linha do Alentejo entre Casa Branca-Beja-Ourique, ligando Lisboa a Faro”, acrescenta.
Segundo a CIMBAL, esta solução iria contribuir “para proporcionar um serviço a que a Linha do Sul já não consegue dar resposta”.
Ainda no âmbito da reabertura do troço ferroviário entre Beja e a Funcheira, os municípios propõem, de forma complementar, a eletrificação do ramal que serve a mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde.
E defendem igualmente a realização de um estudo para a possível reabertura do ramal de Aljustrel, entre esta vila e a estação de Almodôvar/Castro Verde, na localidade de Carregueiro, para “escoamento do minério”.
No documento, a CIMBAL sugere ainda a “eletrificação e modernização do traçado Casa Branca-Beja da Linha do Alentejo, incluindo a concordância” ao aeroporto de Beja, assim como a construção de uma nova ligação de alta velocidade entre Lisboa e Faro que passe por Beja e Évora.
“Caso se possibilite uma ligação ferroviária de alta velocidade entre Beja/Lisboa e Beja/Faro, a atratividade de voos regulares de passageiros para [o aeroporto de] Beja subirá exponencialmente”, nota a CIMBAL.
Para os municípios, a “competitividade” da infraestrutura aeroportuária alentejana “aumentará significativamente também ao ser proporcionado o abastecimento de ‘jet fuel’, a partir de Sines, com recurso ao caminho-de-ferro”.
O PFN foi apresentado no ano passado e esteve em consulta pública até ao final do mês de fevereiro, sendo considerado pelo Governo o instrumento que irá definir a rede ferroviária que assegura as comunicações de interesse nacional e internacional.