A Regenerarte lançou campanha de crowdfunding, onde aborda a questão das plantações dos abacateiros, a partir de 2014, pelas mãos de uma empresa familiar de Loulé, e as consequências para a região algarvia.
Numa propriedade de 150 hectares, na zona de Barão de São João, concelho de Lagos, foi instalada uma plantação de abacateiros. que plantou 80 hectares das árvores, com subsídios do PDR2020 (cerca de 600 mil euros).
Afirma a Regenerarte, que de início destruíram a vegetação toda, depois tiraram todas as pedras, mesmo as de maior dimensão, prejudicando as características do solo. Mais tarde, quiseram expandir a exploração para mais 50 hectares, mas dessa vez já não conseguiram ter a aprovação da CCDR e da APA por causa da pressão sobre o aquífero, sobre os recursos hídricos, pois iria juntar-se à plantação que já existia e a um campo de golfe de 40 hectares que há perto. A expansão foi assim impedida.
Pouco depois, surge a Frutineves, que também apostou na instalação de abacateiros. Quiseram localizar-se ambos nesta zona porque a DRAPAlg tinha informado que havia muita água neste sítio devido ao aquífero, segundo mostra o vídeo.
A nova empresa começou também por limpar e destruir toda a vegetação, incluindo sobreiros, alfarrobeiras, oliveiras, figueiras, amendoeiras, todas as árvores de sequeiro, plantações que em tudo representam o Algarve.
Em maio de 2019, a CCDR decretou um embargo à Frutineves para que não plantasse nada antes de ser feito uma avaliação do impacto ambiental. Em junho, a empresa começou a plantar. Além de comprarem mais propriedades, neste momento têm cerca de 13 propriedades (130 hectares), instalaram todo o sistema de rega, plantaram todas as árvores, depois do embargo decretado. Apesar do Sepna da GNR lá ter ido várias vezes fiscalizar, não conseguiram impedi-los de continuar a plantar os abacateiros.
É então necessário que se faça uma avaliação do impacto ambiental, que a lei obriga e que “se valorize o que é ‘nosso'”, diz a Regenerarte.
Os gastos dos recursos aquíferos são o principal problema, uma vez que se aplicam herbicidas tóxicos, que prejudicam o ambiente e destroem a biodiversidade. Para além disso, a saúde das pessoas sai também prejudicada e não se criam postos de trabalho. Estes projetos são totalmente automatizados e exportados para através de uma empresa espanhola que garante a compra de toda a produção da grande maioria das empresas do Algarve.
“Isto não é uma região para abacateiros”, refere o vídeo. Continuam os participantes, que “a água que eles estão a gastar, com números dados pela própria DRAPAlg, diariamente das duas plantações que somam cerca de 200 hectares é de 3,5 milhões de litros de água. Numa altura de seca em que o Algarve está em seca extrema. É realmente lamentável.”
Pode ver o vídeo na íntegra AQUI.