O Partido Socialista venceu a Câmara Municipal de Monchique com Paulo Alves eleito presidente da autarquia de Monchique com 49,61%, segundo os resultados provisórios a que o POSTAL teve acesso.
O PS destronou a autarquia ao PSD e venceu em todas as três freguesias. Eleutério Torrado retira ao PSD a presidência Junta de Freguesia de Marmelete com 50,82%.
José Pereira Gonçalves foi reeleito presidente da Junta de Freguesia de Alferce com 64,79%. Também José Gonçalo foi reeleito presidente da Junta de Freguesia de Monchique com 60,24%.
O PS consegue oito mandatos na Assembleia Municipal com a lista liderada por Carlos Almeida que alcança 48,77%.
Depois do PS, com 49,61% dos votos, o segundo mais votado é o PSD, com 21,50%, e o terceiro é o CDS-PP, com 13,23% dos votos, CPM com 6,65%, PCP-PEV com 3,15% e Chega com 1,59%.
Reação de Paulo Alves novo presidente da Câmara de Monchique:
“Foi uma vitoria em toda a linha. Ganhámos com maioria absoluta para a Câmara e para a Assembleia Municipal.
Trata-se de uma vitória que começou a ser construída há quatro anos e o reconhecimento da população no nosso trabalho e propostas ao longo deste período.
Soubemos construir uma alternativa credível, com uma equipa coesa e um programa para colocar a Câmara como motor do desenvolvimento do concelho e ao serviço das sua população.
É o fim de 12 anos consecutivos de poder local do PSD.”
O gerente bancário Paulo Alves, de 51 anos, cabeça de lista do PS, reaveu a presidência da Câmara de Monchique, governada nos últimos 12 anos pelo PSD, mas onde os socialistas se mantiveram durante 27 anos.
“Esta mudança era expectável, o PS fez um grande trabalho na oposição nestes últimos quatro anos e pôs Monchique em primeiro lugar ao contrário do protagonismo que o antigo presidente sempre procurou”, sublinhou.
Paulo Alves aproveitou para agradecer aos munícipes, que tiveram uma reação “muito grande” e “votaram pela mudança”, frisando que apesar de “não saber” o que vai encontrar na Câmara, o novo executivo tem “vontade de trabalhar para mudar”.
Em entrevista ao POSTAL, Paulo Alves disse que recusava-se meter-se nas guerras internas do PSD, mas sempre foi dizendo que as escolhas eleitorais não podem ser confundidas com jogos florais. Perspetivas para si, dizia-se confiante “ma non troppo”: as escolhas eleitorais não se esgotam nas vitórias ou nas derrotas. No centro das suas preocupações disse estar a crise provocada pela pandemia no tecido social e empresarial do concelho e os incêndios.
“Os problemas não podem continuar a ser adiados” disse na altura ao POSTAL Paulo Alves que insistia em entrevista que “temos que apostar naquilo que nos distingue”. Esse era o caminho que Paulo Alves apontava para o futuro de Monchique. Para isso, o candidato socialista afirmou que “é preciso mudar de rumo e iniciar um novo ciclo”.
Paulo Alves já tinha estado na corrida à presidência do município nas eleições autárquicas de 2017, como independente apoiado pelo PS, ano em que os socialistas obtiveram 37,4% dos votos, contra 43,5% do PSD, conseguindo dois dos cinco mandatos em disputa.
Segundo o PS, o candidato conseguiu em 2017 que o partido “fosse a única força partidária a ter um aumento de votos relativamente a 2013, quando todas as outras candidaturas perderam eleitorado e o próprio número de eleitores teve uma quebra substancial”.
Com 51 anos, o candidato é casado, tem dois filhos e está há vários anos ligado ao movimento associativo em Monchique, concelho do distrito de Faro no qual nasceu e reside.
Atualmente, é vereador sem pelouros atribuídos na Câmara de Monchique, tendo, segundo o partido, “imprimido ao longo do mandato uma dinâmica de relevante interesse” com a missão de “recuperar” Monchique.
“É preciso recuperar, revitalizar e valorizar o território e as suas gentes, nas diversas potencialidades, de uma forma equilibrada e sustentável”.
O atual presidente da Câmara de Monchique, Rui André, não se recandidatou devido à limitação de mandatos, tendo a direção nacional do PSD indicado Bruno Estremores como o candidato do partido às autárquicas deste outono.
Rui André, que quando foi eleito pela primeira vez tinha apenas 34 anos, conseguiu recuperar a Câmara para o PSD depois de o partido apenas ter liderado o município durante um mandato, entre 1976 e 1979.
O social-democrata conseguiu em 2009 destronar Carlos Tuta (PS), eleito pela primeira vez em 1983 e que, na altura, era o mais antigo presidente de Câmara na região.
Rui André concorre agora em 2021 à Câmara Municipal de Portimão pelo PSD.