O ministro da Saúde considera que “os problemas da Saúde no Algarve carecem de uma resposta pública inadiável”.
Na óptica de Adalberto Campos “o Algarve é um problema sério do Serviço Nacional de Saúde (SNS)” e “deveria ter uma resposta qualificada aos doentes a um nível quase polivalente”.
As afirmações decorreram das questões colocadas pelo deputado do PS eleito pelo círculo do Algarve, Luís Graça (ver vídeo), no âmbito da Comissão de Saúde, numa audição solicitada pelo PCP acerca da situação que levou à morte recente de um doente de neurocirurgia no Hospital de São José.
O deputado quis saber se o Ministério da Saúde estava disponível para realizar uma “avaliação séria e independente” das decisões tomadas no âmbito do Centro Hospitalar do Algarve e do seu impacto nos serviços de Saúde na região, bem como se o Governo estaria disponível para tomar medidas de discriminação positiva para responder à dificuldade de contratação de médicos para o Algarve.
O parlamentar questionou ainda o ministro sobre a disponibilidade do executivo para reavaliar o modelo de referenciação dos doentes do Algarve para as unidades centrais de referência em Lisboa.
Adalberto Campos não foi parco nas palavras e, depois de classificar a situação algarvia como um “problema”, afirmou “não ser razoável que doentes que têm boas condições [em potência] para serem bem tratados no Algarve tenham de ser transferidos para Lisboa”. Uma clara referência às situações vividas pelos doentes do Algarve nas especialidades de ortopedia e oftalmologia onde são sistematicamente transferidos para Santa Maria e São José quando os hospitais regionais já foram capazes de tratar as situações que hoje são referenciadas para Lisboa.
Para o ministro, que esclareceu o deputado do PS na passada semana, o “Algarve precisa de uma análise estratégica”, adiantando que os serviços “a estão a fazer ” e que a mesma “estará concluída até ao final do primeiro trimestre”.
“Temos que perceber porque é que a região [o Algarve] é um problema tão difícil de resolver do ponto de vista público [das políticas públicas de Saúde]”, rematou o ministro, que não deixou de fora a possibilidade de uma revisão global da criação do Centro Hospitalar do Algarve e que avançou para a data de conclusão da análise “a tomada das medidas de muito curto prazo e de médio longo prazo que se justifiquem”.