O Ministério Público pede prisão preventiva para o presidente e vice-presidente da Câmara de Montalegre, que renunciaram aos cargos na sexta-feira.
As medidas de coação deverão ser conhecidas ao final da manhã de segunda-feira após decisão do juiz.
Os arguidos foram interrogados em tribunal no sábado. O processo investiga suspeitas de favorecimento de amigos e familiares em centenas de concursos públicos.
Orlando Alves, David Teixeira e ainda o chefe de gabinete da divisão de obras municipais foram detidos na quinta-feira pela Policia Judiciária (PJ) no âmbito da operação “Alquimia” por estarem indiciados dos crimes de associação criminosa, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos, abuso de poder e participação económica em negócio.
Sobre a renúncia ao cargo, o advogado Ricardo Sá Fernandes declarou aos jornalistas à saída do TIC do Porto, na sexta-feira, que isso não significava nenhuma “assunção de responsabilidades”.
“Aliás, o juiz não podia suspendê-lo de funções, os tribunais não podem suspender quem foi eleito politicamente. Não foi por recear ser suspenso ou exonerado que tomou esta atitude”, explicou o causídico.
Em comunicado divulgado na quinta-feira, a PJ explicou que a investigação versa sobre “um volume global de procedimentos de contratação pública, no período de 2014 a 2022, suspeitos de viciação para benefício de determinados operadores económicos, num valor que ascende a 20 milhões de euros”.
De acordo a PJ foram executadas dezenas de buscas, domiciliárias e não domiciliárias, que visaram os serviços de uma autarquia local e diversas empresas nos concelhos de Montalegre, Braga, Famalicão e Vila do Conde, tendo-se procedido à detenção dos três homens.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL