O Campo Arqueológico de Mértola vai apoiar a criação do complexo cultural “Museu e Banhos Islâmicos de Loulé”, fornecendo consultoria técnica, no âmbito de um acordo com a Câmara de Loulé, disse à Lusa fonte da autarquia.
O acordo será formalmente estabelecido amanhã, sábado, através de um protocolo assinado pelas duas entidades.
“O presente protocolo tem por finalidade a realização de consultadoria científica e técnica nas áreas da arqueologia, conservação e restauro e museologia para o desenvolvimento do projecto do complexo cultural”, explicou à Lusa a chefe de Divisão de Cultura e Património da autarquia, Dália Paulo.
Desde 2006 que a autarquia tem vindo a apostar nos trabalhos arqueológicos na zona histórica da cidade, tendo para o efeito adquirido uma casa, conhecida como “Casa das Bicas”, cujo interior foi escavado e alberga grande parte do antigo edifício de banhos islâmicos, nomeadamente a sala de banhos quentes e a sala de banhos tépidos.
Obras de reabilitação revelam novas descobertas
Em 2014, durante as obras de reabilitação do centro histórico, foram descobertas novas divisões nas ruas que circundam a “Casa das Bicas”.
Na altura, a autarquia adiantou à Lusa a intenção de desenvolver um projecto de valorização e musealização daquele complexo balnear em parceria com o Campo Arqueológico de Mértica que se concretiza esta semana.
Os banhos islâmicos de Loulé constam na lista de estruturas do mesmo género existentes na Península Ibérica. Apesar de não terem um grau de conservação tão grande como o de alguns banhos islâmicos de palácios localizados em solo espanhol que conservam paredes e cúpulas, os banhos islâmicos de Loulé destacam-se por serem banhos públicos.
O protocolo vai ser assinado no Museu Municipal pelas 16 horas e está integrado no programa de comemorações do 20.º aniversário do Museu Municipal de Loulé, que tem como lema “Museu: lugar de diálogos que usa as colecções para inspirar as pessoas”.
O programa reúne mais de meia centena de actividades que vão ocorrer ao longo do ano e que visam dar a conhecer quem fez o museu ao longo de duas décadas e perspectivar o seu futuro e o seu impacto na comunidade de Loulé.
(Agência Lusa)