Questão:
“Qual a opinião da DECO em relação à comprar de medicamentos através da internet?”
A DECO responde…
Há portugueses a comprar, através da Internet, medicamentos falsos para a disfunção eréctil ou para emagrecer, mas também para doenças graves como tuberculose e cancro. Só no ano passado, o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) e a Autoridade Tributária apreenderam quase 5 mil embalagens de medicamentos chegadas a Portugal por correio, com um valor estimado de cerca de 20 mil euros.
Comprar medicamentos pela Internet em sites não autorizados pode ser perigoso, porque estes podem: ser falsos, ter a composição alterada (outra substância activa ou em quantidade insuficiente), conter ingredientes tóxicos, estar fora do prazo ou ter sido transportados sem quaisquer precauções, o que pode afectar a qualidade.
Como consequência, é possível que não produzam o efeito pretendido ou causem efeitos secundários inesperados. Para combater este risco para a saúde pública, a DECO faz parte do projecto Fakeshare, que consiste em identificar e denunciar as páginas de Internet que vendem medicamentos ilegais e/ou falsos. A página www.fakeshare.eu/pt/ está aberta a qualquer cidadão para consulta e para denúncias.
A directiva europeia sobre medicamentos contrafeitos, que a DECO acompanhou de perto desde 2008, também endureceu as suas medidas: mais controlo e inspecção aos produtores de princípios activos, assim como mais exigências aos distribuidores para um registo mais apertado das suas actividades.
Os consumidores encontram algumas vantagens em comprar online, porque é mais cómodo, pode não exigir receita médica ou parecer mais barato. O nosso conselho: o melhor é comprar só em sites autorizados. Verifique a legalidade destes no Infarmed ou em Fakeshare.
Os sites não autorizados vendem medicamentos sem que haja a intervenção de um profissional de saúde, sem conhecerem a história clínica ou a existência de outras doenças, aumentando o risco para quem os toma. O medicamento encomendado pode não ser enviado ou ficar retido na alfândega e alguns sites não garantem a confidencialidade dos dados pessoais.