O Auditório Municipal de Olhão inaugura a nova temporada, no próximo 11 de Setembro, com um espectáculo do Mário Laginha Trio, a decorrer a partir das 21.30 horas.
Apesar de o piano ser o seu instrumento de eleição, Mário Laginha gosta de explorar outros mundos sonoros. Exemplo disso são os discos que gravou com a cantora Maria João, marcados pela linguagem do jazz, mas por onde perpassam influências que vão desde a música portuguesa e a clássica, até à pop anglo-saxónica ou às músicas brasileira e africana.
No trio que mantém como contrabaixista Bernardo Moreira e baterista Alexandre Frazão, com quem gravou até agora dois discos, Mário Laginha mantém esse gosto pela mistura, pela diversidade e pelo risco.
No caso de “Espaço” (2007), o ponto de partida foram conceitos relacionados com a arquitectura, que serviram para criar um conjunto de temas com designações próximas da linguagem dos arquitectos e urbanistas – “Tanto espaço”, “Escada”, “Plano”, “Vazio urbano” -, de que resultou um álbum classificado pela crítica da especialidade como do melhor jazz alguma vez feito em Portugal.
No segundo disco do Mário Laginha Trio, “Mongrel” (2010), o pianista levou ainda mais longe o desafio e o risco. O pretexto para o disco foram obras de Fréderic Chopin, uma empreitada arriscada que Laginha agarrou com uma mistura de respeito pelo grande músico polaco e de liberdade para infringir compassos, tempos e melodias, operando com isso uma transfiguração das obras originais, que passaram a ser temas que se encaixam indiscutivelmente no mundo criativo de Mário Laginha.