Marcelo Rebelo de Sousa chegou ao Hospital de Santa Maria como candidato mas, perante os números que viu, falou como Presidente.
“Ou a sociedade percebe [e muda os comportamentos] ou os políticos percebem mesmo que têm que ir mais longe”, afirmou. Admitindo [antes do Governo] a necessidade de confinar mais o país. Voltar a fechar as escolas? “Não posso nem devo dizer mais”.
Marcelo Rebelo de Sousa antecipou-se este domingo ao Governo ao admitir que, se as pessoas não levarem mais a sério o confinamento para evitar a rutura do sistema de saúde, os políticos vão ter que confinar mais o país.
No final de uma reunião de quase uma hora com a administração do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que venha a ser necessário “reponderar as medidas”, no sentido de “restringir mais” a liberdade de circulação das pessoas.
No Hospital de Santa Maria estavam em março passado em cuidados intensivos 20 pessoas e agora estão 647. O número de internados passou de 89 para os 4800
“A situação é muito crítica para os políticos e para os portugueses em geral e os políticos têm que analisar as medidas dia a dia, para ver se é preciso restringir mais”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que, embora tenha vindo ao hospital de Santa Maria como candidato presidencial, disse estar coordenado “com a senhora ministra da saúde e o senhor primeiro-ministro”.
“Na próxima renovação do estado de emergência, no dia 29 deste mês, se for necessário reponderar medidas, o Governo terá o apoio do PR”, garantiu.
Confrontado com a eventual necessidade de voltar a fechar as escolas, Marcelo afirmou: “Não posso nem devo dizer mais”.
No final da visita desta tarde, Marcelo começou por mostrar um conjunto de gráficos aos jornalistas, para exemplificar o estado da pandemia. No Hospital de Santa Maria estavam em março passado em cuidados intensivos 20 pessoas e agora estão 647. O número de internados passou de 89 para os 4800.
Com o nível de 10 mil infectados por dia, “não há ampliação de camas que cheguem”, sublinhou.
O grande apelo que o Presidente/candidato fez foi o de que “ou a sociedade percebe ou os políticos percebem mesmo que têm que ir mais longe”, frisou. Repetiu o apelo da véspera, dizendo que as pessoas parecem não estar a levar este novo confinamento tão a sério.
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