Neste arranque do ano letivo, os professores estão, em simultâneo, desconfiados em relação às condições existentes nas escolas, e autoconfiantes em relação às suas capacidades de ensinar tanto à distância como presencialmente.
Segundo o jornal Público, estes são os principais resultados de um estudo sobre as expetativas dos professores para o novo ano letivo, apresentado nesta sexta-feira num debate online com o secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, promovido pela plataforma docente #SomosSolução.
O estudo é coordenado pelo professor do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA), João Marôco, e foi baseado num inquérito realizado nas redes sociais de professores, entre 26 de agosto e 4 de setembro, onde foram validadas 1961 respostas.
Neste inquérito 84% dos professores não acreditam que as escolas tenham as condições necessárias (infraestruturas e recursos humanos) para o ensino 100% presencial, como está previsto que aconteça a partir de 14 de setembro. E 64% também considera que não estão asseguradas as condições de segurança sanitárias para as aulas presenciais. Só 21% dos inquiridos se mostram confiantes quanto à existência destas duas condições.
Apesar das reservas manifestadas em relação ao ensino presencial, 71% dos inquiridos também consideram que as escolas não têm condições (infraestruturas e recursos humanos) para garantir um ensino totalmente à distância.
Entre uma preferência e outra, os docentes “escolhem o meio”. Cerca de 66% assume que preferia “dar aulas em formato misto (presencial e à distância)”, sendo que mais de metade (55%) se sente capacitado para usar as ferramentas necessárias para garantir as aulas à distância. No limite, estão os 87% de profissionais que afirmam que aquilo «querem mesmo é dar aulas, “seja de que tipo”.»