Portugal vai receber menos de metade das vacinas contra a covid-19 que estavam previstas para o primeiro trimestre deste ano, alertou hoje o primeiro-ministro, António Costa, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros.
“No nosso caso, em vez dos 4,4 milhões de doses, nós vamos receber neste primeiro trimestre 1,98 milhões de doses, o que significa que a nossa capacidade de vacinação neste primeiro trimestre vai ser cerca de metade daquilo que estava previsto nos contratos assinados entre as farmacêuticas e a Comissão Europeia”, disse António Costa.
Nas palavras do primeiro-ministro, o problema não está na distribuição nem na falta de recursos humanos para administrar a vacina, estando sim “fora de Portugal”.
Nível de confinamento será mantido durante o mês de março
O primeiro-ministro, António Costa, assumiu hoje que o atual nível de confinamento terá que ser mantido durante o mês de março, considerando que este não é o momento de começar a “discutir desconfinamentos totais ou parciais”.
“Nós temos que manter o atual nível de confinamento, seguramente para os próximos 15 dias e que devemos assumi-lo realisticamente que o teremos que manter ainda durante o mês de março”, disse aos jornalistas António Costa no Palácio da Ajuda, em Lisboa, no final do Conselho de Ministros para decidir as novas medidas para o estado de emergência cuja autorização para a renovação até 01 de março foi esta tarde aprovada pelo parlamento.
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Para o primeiro-ministro, este “não é momento para começar a discutir desconfinamentos totais ou parciais”, mas sim para continuar “com toda a determinação” a fazer o que se tem feito nas últimas semanas porque a situação continua a ser extremamente grave.
Na mensagem inicial, António Costa deu um sinal positivo sobre o atual confinamento e reconheceu o “esforço cívico” dos portugueses, afirmando que o confinamento está a produzir resultados, com uma “redução de novos casos” que se traduz numa redução significativa do risco de transmissibilidade.
Apesar destes resultados, o chefe do executivo avisou que “a situação continua a ser extremamente grave”.
“E esta gravidade, se se traduz no aumento de internados, se se traduz no aumento de internados em cuidados intensivos, traduz-se também no elevadíssimo número de óbitos diários. Está a diminuir também, mas não nos podemos conformar com aquilo que são os números que ainda temos. São absolutamente inaceitáveis”, enfatizou.
Comparando com o máximo de óbitos diários que houve na primeira vaga, quando todos os portugueses se mobilizaram “para combater esta pandemia”, os números que Portugal tem atualmente “são absolutamente inaceitáveis”.
Portugal registou hoje 167 mortes relacionadas com a covid-19 e 3.480 casos de infeção com o novo coronavirus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim da DGS revelou também que estão internadas 5.570 pessoas, menos 259, das quais 836 em unidades de cuidados intensivos, ou seja, menos 17.