As canetas BIC, conhecidas pela sua simplicidade e durabilidade, tornaram-se um verdadeiro ícone mundial. Presentes em escolas, escritórios e em praticamente qualquer lugar, poucas são as pessoas que nunca tiveram uma BIC nas mãos. Mas há um detalhe, aparentemente insignificante, que poucos conhecem: o pequeno furo na lateral da caneta.
Este furinho, presente na maioria das canetas BIC, é, na verdade, um componente crucial para o seu bom funcionamento. Segundo a própria empresa, a sua função é regular a pressão atmosférica dentro da caneta, evitando problemas como vazamentos ou o temido “estouro” de tinta. Em situações onde a pressão varia, como em aviões ou edifícios muito altos, a diferença de pressão sem este furo poderia fazer com que a caneta falhasse. Esta inovação é uma das razões que fizeram das canetas BIC uma escolha favorita, até mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, onde foram amplamente usadas por pilotos.
A história destas canetas esferográficas tem raízes na genialidade de László Bíró, um jornalista húngaro que, frustrado com as canetas tinteiro, decidiu desenvolver um novo modelo que dispensasse recargas constantes e tempos de secagem prolongados. Inspirado por uma simples observação de uma bola a rolar numa poça de água, como explica o NCultura, Bíró, com a ajuda do seu irmão químico, desenvolveu a primeira versão funcional de uma caneta esferográfica. A patente foi registada em 1938 e o conceito acabou por ser revolucionado por Marcel Bich, um empresário francês que, em 1950, aperfeiçoou o design e lançou a icónica BIC Cristal.
O que muitos também não sabem é que existe outro furinho, desta vez na tampa das canetas BIC. Este pequeno detalhe, introduzido em 1991, não tem qualquer relação com a funcionalidade da caneta em si, mas foi projetado por uma questão de segurança. O furo na tampa foi criado para permitir a passagem de ar em caso de ingestão acidental, reduzindo assim o risco de asfixia, especialmente em crianças e adultos que têm o hábito de mastigar as tampas.
Mais do que um simples instrumento de escrita, a BIC Cristal destaca-se como um exemplo de design funcional e intemporal. Desde a sua criação, mais de 100 mil milhões de unidades foram vendidas em todo o mundo, e o seu design hexagonal, corpo transparente e detalhes minuciosos, como os furinhos, continuam a torná-la uma referência na indústria. A caneta BIC, com a sua combinação de inovação e simplicidade, é um testemunho de que, muitas vezes, são os pequenos detalhes que fazem toda a diferença.
Da próxima vez que segurar numa BIC, lembre-se: o pequeno furo lateral é mais do que um detalhe estético — é uma inovação que garante o seu funcionamento perfeito, independentemente das condições.
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