Identificada pela primeira vez no Peru em agosto de 2020, há uma variante que está a preocupar e a intrigar os cientistas pela natureza invulgar das suas mutações. A Lambda já foi em junho considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “variante de interesse” e apesar de em alguns deles não ter ainda grande expressão, foi identificada em, pelo menos, 29 países. Em Portugal o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge detetou dois casos.
É na América do Sul que a taxa de transmissão comunitária mais preocupa. Em agosto de 2020, no Peru, a prevalência desta variante (antes conhecida como C.37) era de 9%, mas a percentagem foi rapidamente galopando. Nos últimos três meses foi confirmada em mais de 80% das amostras colhidas no país.
De resto, o facto de na América do Sul não ser feita de forma exaustiva a sequenciação genética torna difícil conhecer a verdadeira extensão dos surtos.
Detetada também o Reino Unido, onde ainda são poucos os casos, começou a ser investigada em junho pelo Public Health England, que sublinhou recentemente não existir prova de que cause doença mais grave ou seja mais resistente às vacinas, apesar de extremamente contagiosa.
Mas há outra investigação, com conclusões mais preocupantes. A Universidade do Chile, em Santiago, estudou o efeito do Lambda na infecciosidade viral usando amostras de sangue de profissionais de saúde locais que receberam duas doses da vacina CoronaVac da China.
A pesquisa, ainda em pré-publicação, mas divulgada num artigo a semana passada, sugere que esta variante é mais infecciosa do que a Gamma (brasileira) e a Alpha (inglesa) e com maior capacidade para escapar aos anticorpos produzidos pela vacinação.
A Lambda apresenta sete mutações na proteína spike (utilizada pelo vírus para se fixar às paredes externas das células humanas). A mutação que mais intriga é a L452Q, e é semelhante à L452R, a que explica porque é mais transmissível a variante Delta.
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