O LAMA-Teatro celebra os seus 10 anos com a inauguração de uma ‘black box’ no centro de Faro, uma nova peça e um vídeo documental sobre o trabalho desenvolvido ao longo da última década.
A festa está marcada para este sábado entre as 15:00 e as 20:00, coincidindo com a inauguração oficial da ‘black box’ em que haverá um convívio para “quem quiser aparecer para celebrar”, revelou à Lusa diretor artístico do LAMA.
“Esta sala é a cereja no topo do bolo destes 10 anos, onde se pode ensaiar, trazer pessoal para residências artísticas e acolher espetáculos”, afirmou João de Brito, adiantando que o convívio terá “marcação prévia” para garantir o cumprimento das normais da autoridade de saúde.
A animação musical é garantida pelo DJ Discossauro e está agendada a exibição de um documentário sobre os 10 anos do LAMA, assim como a apresentação da nova identidade visual da companhia de teatro.
O confinamento em março “colocou em pausa” a ‘black box’, uma sala que pretende ser um “espaço de mediação cultural” e que servirá tanto para ensaios, aulas regulares para crianças e jovens, oficinas pontuais e para espetáculos – a partir do próximo ano –, mas também como base para partilhas entre artistas.
O espaço “intimista” irá ter a partir de 2021 uma programação “essencialmente para crianças e jovens” com programação regular, que João de Brito classifica como “um trabalho educativo”.
Para quinta-feira está marcada a estreia de “Romeu e Romeu”, a nova peça do LAMA que, partindo da ideia de amor de Shakespeare em “Romeu e Julieta”, lança uma série de provocações sobre a inevitabilidade.
“O que é o amor? Ele já morreu? O que é me matou o amor?”: são estas as perguntas que dois conferencistas tentam responder num espetáculo que envolve “apresentações com vídeo, música ao vivo” e no qual o público é também convidado “a pensar no amor” e “a interagir com os atores”, revelou.
Com criação e interpretação João de Brito e Nuno Preto, começa por subir ao palco do Teatro das Figuras, em Faro, mas tem já garantida passagem por Leiria, Castelo Branco, Lisboa, Vila Real e Loulé.
O LAMA-Teatro é um projeto que surgiu por iniciativa do ator farense João de Brito, que confidenciou ter escolhido “ir para fora” de Lisboa para “enriquecer o cá dentro” (Faro) sem nunca “tirar verdadeiramente o pé” da capital algarvia.
Começou “por carolice” mas os apoios e parcerias que foram angariando “consolidaram o projeto” que passou a uma regime “mais profissional”, em 2018, com o apoio da Direção-Geral das Artes, podendo afetar “três pessoas à estrutura” e proporcionar oportunidade de trabalho a “cerca de 50 pessoas por ano”.
“Foram 10 anos muito positivos e sempre a crescer e a nova sala traz uma maior ligação à cidade. A intenção é ter uma papel de mediação e criação de novos públicos com espetáculos o mais diversificados possível, a nível regional, mas com uma itinerância a nível nacional”, concluiu.