Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República (AR), e André Ventura, líder do Chega, continuam com episódios de confronto . Esta quarta-feira, voltou a acontecer um desses momentos entre os dois, com Santos Silva a sugerir a Ventura que se inspirasse no Buda e que se mantivesse calado.
Debatia-se a proposta de lei para IVA 0% em 44 alimentos do cabaz essencial e o líder do Chega interveio com uma referência indireta ao ataque no Centro Ismaelita. Esta intervenção suscitou reações nas restantes bancadas, interrompendo assim o discurso de Ventura e levando o presidente da AR a reagir.
“O sr. deputado encaminha-se para quadruplicar o tempo destinado a um esclarecimento, portanto solicito que o sr. deputado possa terminar o seu pedido de esclarecimento, solicito às restantes bancadas, em particular à do PS, que permitam que o deputado exerça o seu direito à palavra. Faça favor sr. deputado, peço aos serviços para retirarem 20 segundos ao sr. deputado”.
André Ventura respondeu: “Parece um banqueiro, senhor presidente”.
“Sr. deputado, se me permite. Um dos mais famosos sermões do Siddhartha Gautama, também conhecido como Buda, foi um sermão em que ele esteve calado contemplando uma flor. O sr. deputado também se podia inspirar”. O comentário de Augusto Santos Silva provocou de imediato gargalhadas da direita à esquerda do Parlamento.
Ventura concluiu: “Nunca ficarei calado enquanto os portugueses lá fora estiverem a sofrer”.