O julgamento do crime hedionda que chocou o país começa quarta-feira, 24 de fevereiro, no Tribunal de Portimão. Uma rapaz de 21 anos perdeu a vida depois de ter sido estrangulado, mutilado, decapitado e desmembrado.
O restos mortais encontrados de Diogo Gonçalves foram encontrados a cerca de 150 quilómetros de distância: a cabeça foi encontrada perto de um lago do Pego do Inferno em Tavira e o corpo decapitado e amputado de membros foi resgatado da base de uma arriba junto à Fortaleza de Beliche, na outra ponta da região, em Sagres.
A enfermeira Mariana Fonseca e Maria Malveiro, que trabalhava como segurança no mesmo hotel onde Diogo Gonçalves era engenheiro informático, confessaram o crime de homicídio qualificado, profanação de cadáver, roubo e burla, mas segundo o Expresso, Mariana Fonseca assumiu (mas depois recuou) ter sido cúmplice na preparação e execução do homicídio.
Quase um ano depois do assassinato macabro, as duas raparigas de 20 e 24 anos vão a julgamento acusadas de matarem Diogo Gonçalves por causa de €70 mil que o rapaz tinha recebido de indemnização pela morte da mãe.
Antes do julgamento, e já depois de o Ministério Público acusar as duas raparigas de homicídio qualificado, profanação de cadáver, roubo e burla, “a defesa de Maria Malveiro solicitou ao tribunal que fosse feita uma perícia psiquiátrica à suspeita não só para determinar o seu grau de inimputabilidade, mas também qual era o seu ‘quadro psicofísico’ na altura do crime, bem como ‘a sua capacidade para avaliar o alcance dos seus atos’ e o seu nível de perigosidade de então e agora”, refere o Expresso.
Segundo o relatório de quatro páginas, a rapariga que confessou ter asfixiado o colega e que depois o desmembrou com um cutelo e ainda lhe cortou o polegar e indicador da mão direita da vítima para ter acesso ao telemóvel e ao MB Way dele, “”não apresenta sintomatologia psiquiátrica que permita realizar qualquer diagnóstico de patologia do foro mental”. O psiquiatra que a observou anotou que a arguida confessou “arrependimento” pelo crime, mas não “esboça” qualquer “manifestação emocional ao descrever a situação”. É, e era, “capaz de distinguir o bem e o mal” e por isso, não pode ser considerada “inimputável”.
O CASO
20 março 2020
Maria e Mariana deslocam-se a casa de Diogo Gonçalves. A segurança consegue pôr-lhe calmantes numa bebida e estrangula-o depois de o amarrar a uma cadeira num jogo de sedução. A enfermeira entra quando a vítima ainda esta viva e terá tentado reanimá-lo. Mas a namorada acaba por matá-lo e corta-lhe dois dedos da mão direita
21 março
Depois de transportarem o corpo para o carro, fazem levantamentos e transferências usando os dedos para desbloquear o telemóvel. Na garagem de casa dos pais, desmembram o corpo de Diogo Gonçalves, tal como tinham visto na série “Dexter”
22 março
Parte do corpo — o tronco e os dedos cortados — é lançado ao mar junto ao Forte Beliche, em Sagres
24 março
O resto do corpo — a cabeça, os braços e os pés — é abandonado no Pego do Inferno, junto a Tavira
26 março
Os restos mortais são encontrados no mesmo dia apesar de separados por mais de 100 quilómetros
1 abril
As duas raparigas são detidas e confessam. No total, levantaram pouco mais de €2 mil
– Cronologia in Expresso
– Em desenvolvimento –
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