Um argentino, frustrado com a constante reprodução de reggaeton vinda das colunas de um vizinho, desenvolveu um dispositivo com Inteligência Artificial (IA) que reconhece e neutraliza esse género musical, impedindo que a música seja ouvida.
O dispositivo, batizado de Reggaeton-Be-Gone, foi concebido por Roni Bandini, cansado de ouvir reggaeton a qualquer hora do dia vindos das colunas do seu vizinho, conforme relatado pelo jornal espanhol El País.
Bandini partilhou a sua saga nas redes sociais, explicando que, em vez de abordar diretamente o vizinho, optou por uma solução tecnológica. Utilizando as suas habilidades em IA, ele desenvolveu um sistema capaz de identificar o reggaeton e atacar o som através de conexão Bluetooth.
Inicialmente, Bandini compilou várias músicas de reggaeton e, após ajustes, treinou um modelo de IA utilizando um algoritmo de classificação. Em seguida, ele desenvolveu um código para monitorizar o som ambiente por meio de um microfone externo, enviar o áudio para o modelo de IA e ativar o contra-ataque quando a música identificada ultrapassa um certo nível de certeza.
Uma vez identificado o reggaeton, o dispositivo envia uma série de solicitações de conexão para desconectar ou deteriorar a qualidade do som, interferindo na reprodução da música.
O nome da invenção é uma homenagem a um produto anterior chamado TV-B-Gone, que permitia ligar ou desligar televisores remotamente, conforme a vontade do utilizador.
Apesar da sua popularidade nas redes sociais, o Reggaeton-Be-Gone provocou um debate sobre ética e convivência entre vizinhos. Enquanto alguns defendem que o uso deste dispositivo viola os princípios de respeito mútuo, outros acreditam que pode ser uma solução benéfica para a comunidade.
Bandini disponibilizou um tutorial, demonstração e código do dispositivo, e até ofereceu workshops sobre o tema. No entanto, é importante ressaltar que, em Espanha, a posse e uso de dispositivos de bloqueio de frequência é ilegal desde junho de 2022.
Esta invenção despertou interesse e controvérsia, destacando a interseção entre tecnologia, convivência comunitária e ética.
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