O incêndio que deflagrou às 01h05 desta segunda-feira e que se espalhou por várias localidades dos concelhos de Castro Marim, Tavira e Vila Real de Santo António ainda não está dominado, confirmou a Proteção Civil em conferência de imprensa na manhã desta terça-feira.
Neste momento, as autoridades estão a trabalhar para travar a progressão deste incêndio que tem um perímetro de 43km, uma taxa de expansão de 650 hectares por hora, um total de 9 mil hectares afetados e um total potencial de 20 mil hectares afetados. Está a envolver o esforço de 613 bombeiros, 205 veículos e oito meios aéreos, acrescentou ainda o Comandante Regional Richard Marques. Um bombeiro ficou ferido sem gravidade, tendo já recebido tratamento e regressado a casa.
Richard Marques explica que “existe uma nova variante que é a rotação da direção do vento”, o que irá trazer uma maior preocupação naquilo que é “a sustentação do trabalho desenvolvido durante a noite”.
Além disso, cerca de 80 cães e 110 gatos foram retirados do canil municipal de Vila Real de Santo António por precaução, com a ajuda de voluntários. Não há feridos a registar entre as populações: 81 pessoas de 12 localidades diferentes foram retiradas das suas casas por precaução, segundo o Tenente Coronel Marco Henrique, da GNR, que conta neste momento com 196 militares no terreno. A A22 foi entretanto reaberta por estarem reunidas condições de segurança para o efeito, anunciou a guarda.
A GNR ainda não tem registo de casas ardidas ou danificadas pelo fogo, mas esse trabalho de contagem ainda está a ser feito. A presidente da CM Tavira, Ana Paula Martins, também presente na conferência de imprensa, contou ter visto “algumas casas e armazéns” consumidos pelas chamas na noite passada, mas diz que ainda não há um “levantamento definitivo”.
O autarca de Castro Marim, Francisco Amaral, salientou “as famílias em desespero” por terem visto “o seu rendimento agrícola reduzido a zero” devido à “perda de plantações” para o fogo, naquilo que considerou “momentos horríveis.” Por sua vez, o autarca de Vila Real de St. António, José Barros, sublinhou a “ação cívica” das “mais de 100 pessoas” que se voluntariaram para retirar os animais do canil municipal.
Os três autarcas confirmaram já ter entrado em contacto com o Ministério da Agricultura, que lhes prometeu apoios para compensar os danos agrícolas causados às populações – ajudas essas que serão “idênticas” às que foram dadas após os incêndios de Monchique, em 2018.
Em comunicado, o Governo confirmou essas ajudas: “O Ministério da Agricultura anunciou que os agricultores já podem reportar os prejuízos, resultantes do incêndio que deflagrou nos Concelhos de Castro Marim, Tavira e Vila Real de Santo António, nas instalações ou no site da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAP Algarve).” O Executivo diz ainda ter “sugerido reunir com as populações afetadas, assim que haja condições de segurança, no sentido de lhes explicar a que apoios se podem candidatar e como o podem fazer.”
Está marcado um novo briefing para as 19h desta terça-feira.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso