O caso deu-se em Moura, no Alentejo, mas teve repercussões a mais de três mil quilómetros de distância. Dois dos principais jornais suecos, o Aftonbladet e Expressen, escrevem nas suas edições online sobre a tentativa de homicídio de Vítor Ramalho, eleito pelo Chega para a freguesia da Póvoa de São Miguel à família de um casal de suecos e dos seus sete filhos menores, que viajavam numa caravana.
Com o título, “Político de extrema-direita tentou assassinar família sueca com crianças”, o Aftonbladet escreve que a tentativa de assassinato teve lugar no município de Moura a 8 de outubro, mas foi apenas no sábado que o político de 53 anos foi preso depois de ter fugido. O homem representa o Chega de extrema-direita.
“O político meteu-se numa espécie de discussão com o pai da família sueca. Perseguiu depois a sua caravana e disparou vários tiros contra o veículo, de acordo com a polícia. Dois adultos e sete crianças, com idades compreendidas entre os três meses e os 11 anos, estavam na autocaravana, mas não há relatos de alguém ferido.”
A polícia conclui que o político tinha “motivos racistas” para a tentativa de assassinato. Segundo vários meios de comunicação social portugueses, a família sueca tem raízes num país africano.
“Após o ataque, o político fugiu. Ele escapou à justiça durante mais de uma semana e, segundo a polícia, tentou esconder tanto a arma como o carro em que viajava.”
Mas os investigadores de sábado tinham “provas relevantes” suficientes para que o homem fosse preso, disse a polícia.
“Família sueca com crianças alvejadas – político de extrema-direita preso”, é o título do Expressen, que conta o caso, citando a imprensa portuguesa. E enfatiza que a família é descrita como sendo de origem africana.
A jornalista contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros na Suécia que disse não ter tido conhecimento do incidente.