A paróquia responsável pela Igreja de Santa Maria do Castelo em Tavira, situada dentro das muralhas da cidade do Gilão e uma das mais conhecidas e visitadas do concelho, está a proceder à pintura exterior do edifício através de fundos camarários.
O edifício carecia há muito de uma intervenção de manutenção deste tipo que lhe devolvesse o esplendor e a dignidade de um monumento que é património nacional desde 1910.
Ao POSTAL o presidente da autarquia , Jorge Botelho, esclareceu que “a igreja por não ser propriedade da autarquia não poderia ser intervencionada directamente pelo município, razão pela qual a Câmara atribuiu à paróquia um apoio de 39 mil euros para a realização da obra de recuperação do reboco e pintura” do templo cristão.
Este mesmo subsídio levará a paróquia a iniciar em breve a pintura e recuperação exterior da igreja de Santo António, na zona da Atalaia.
Seguem-se, refere o autarca, “intervenções directas da autarquia na recuperação das igrejas de Santana e São Sebastião, naquela que é uma intervenção programada para recuperação do património da cidade de Tavira e que visa conservar o edificado e melhorar a paisagem urbanística di cidade”.
A igreja que hoje conhecemos é o resultado de múltiplas intervenções ao longo dos séculos, tendo-se mantido a concepção gótica do espaço, criada no século XIII, assim como outros elementos originais, mas foram numerosas as campanhas artísticas que se sucederam no edifício, com especial destaque para o Renascimento, o Barroco e o Neo-clássico.
Nos primeiros anos da década de 90 do século XVIII, já em pleno neoclassicismo, o bispo D. Francisco Gomes do Avelar, coadjuvado pelo arquitecto Francisco Fabri, procedeu à derradeira campanha artística na igreja, conferindo-lhe então o aspecto geral que hoje ainda possui. O principal mérito desta intervenção terá sido o de harmonizar a obra nova com o que restava da velha igreja medieval.
A fachada principal, com a sua organização tripartida, manteve o portal gótico inserido numa composição cenográfica mais vasta, de sabor classicista.