O helicóptero de combate a incêndios que amarou esta sexta-feira no rio Douro, entre Lamego e Peso da Régua, transportava cinco elementos da UEPS/GNR, que regressavam do combate a um fogo, tendo o piloto sido já resgatado com vida.
A informação foi avançada à agência Lusa por fontes aeronáuticas e confirmada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (AENPC), acrescentando tratar-se de um helicóptero que operava a partir do Centro de Meios Aéreos (CMA) de Armamar, distrito de Viseu.
O helicóptero acidentado, do modelo AS350 – Écureuil, é operado pela empresa HTA Helicópteros, sediada em Loulé, Algarve.
“Às 12:36 de hoje, 30 de agosto, enquanto participava nas operações de combate ao incêndio rural que lavra em Gestaçô, em Baião, o helicóptero ligeiro de combate a incêndio rurais, com o indicativo operacional H16, sofreu um acidente, obrigando à amaragem do meio aéreo no rio Douro, próximo da localidade de Samodães”, explica a AENPC.
Segundo a AENPC, “foram de imediato enviados meios de socorro para o local para local”.
“O piloto foi resgatado com vida e a está a ser avaliado por equipa médica. Neste momento decorrem as buscas para localizar os cinco elementos da equipa da UEPS [Unidade de Emergência de Proteção e Socorro] da GNR”, refere ainda esta Autoridade.
Fonte do Comando Sub-regional do Douro disse anteriormente à Lusa que o alerta foi dado pelas 12:36, para a queda no rio entre Lamego, distrito de Viseu, e Peso da Régua, distrito de Vila Real, perto de uma unidade hoteleira no concelho de Lamego.
Pelas 14:45, o Comando Sub-regional do Douro informou a agência Lusa que se encontravam no local 122 operacionais apoiados por cinco barcos, três meios aéreos e 39 meios terrestres.
Atualização: Helicóptero que caiu no rio Douro partiu-se em duas partes
O helicóptero que caiu no rio Douro, em Lamego, partiu-se em duas partes e os corpos de dois militares foram localizados junto à cauda da aeronave, disse o comandante da Zona Marítima do Norte, Silva Lampreia.
“A aeronave partiu-se em duas partes e os outros dois [ocupantes que ainda não tinham sido detetados] foram encontrados junto à cauda da aeronave para jusante da posição onde ela caiu”, explicou o comandante da Marinha, num ponto de situação à comunicação social feito pelas 19:00.
Dos cinco militares da Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS) da GNR que estavam dentro do helicóptero acidentado falta localizar um. Dois deles foram encontrados dentro do aeronave e, os outros dois junto à cauda do aparelho.
Atualização: Buscas no rio Douro interrompidas até ao nascer do sol de sábado
O comandante da Marinha Silva Lampreia disse aos jornalistas que as buscas pela quinta e última vítima da queda do helicóptero no rio Douro serão interrompidas e retomam ao nascer do sol, apesar de continuarem as buscas nas margens.
“Neste momento não tivemos sucesso nas buscas do militar que se encontra desaparecido e vamos ter que interromper, porque as condições de segurança já não estão favoráveis para as buscas subaquáticas”, anunciou Silva Lampreia.
Em declarações aos jornalistas pelas 20:45, o comandante da Marinha acrescentou que irão iniciar as buscas amanhã [sábado], assim que o sol nascer”, ou seja, cerca das 06:00 as equipas estão na área para se prepararem e retomarem as buscas.
“As buscas decorreram no espelho onde a aeronave se encontra assente no fundo do rio e, portanto, foram efetuadas buscas no perímetro e nas imediações no sentido de tentar localizar” o militar da GNR, de 29 anos, o único que falta encontrar.
Silva Lampreia adiantou que vão ser mantidas “buscas nas margens, buscas apeadas e também alguma vigilância noturna na área” e, “alguma vigilância noturna nas margens no sentido de tentar localizar o militar que se encontra desaparecido e que, por alguma razão, tenha conseguido chegar à margem”.
“Temos um militar desaparecido e estamos a fazer todo o esforço no sentido de o tentar localizar assim que possível, porque pode estar em algum sítio a precisar de ajuda”, acrescentou.
O comandante disse ainda que “a visibilidade da água não é boa e deve manter-se igual” no sábado, mas “existem técnicas de mergulho para realizar as buscas subaquáticas que permitem ultrapassar essas limitações”.
Silva Lampreia referiu que as buscas são um “processo evolutivo” e nesse sentido esclareceu que a área nas imediações onde estão os destroços está a ser batida e vai “aumentando, progredindo, no sentido da corrente, para jusante, no sentido de alargar as áreas de busca para encontrar o desaparecido”.
Sobre as quatro vítimas, “já foram removidas e irão ser transportadas para o Instituto de Medicina Legal” do Porto.
“Já se encontram na área peritos do gabinete de acidentes com aeronaves que irão investigar os motivos que levaram à queda da aeronave”, afirmou o comandante.
Questionado sobre a operação de retirada do helicóptero de dentro de água, Silva Lampreia disse que “não será um procedimento muito difícil”.
“Neste momento temos o grupo de mergulho forense a fazer mergulho no sentido de retirar alga informação e perícias policiais para avaliar a situação. Assim que o grupo de mergulho forense der a aeronave como totalmente investigada iremos proceder à remoção da aeronave do espelho de água”, salientou.
No sábado vão-se manter diversas equipas de mergulho de várias autoridades e das forças armadas.
“Não vamos descansar enquanto não encontrarmos o camarada que está desaparecido”, frisou.
A porta-voz da GNR, tenente-coronel Mafalda Almeida, adiantou que “a família da Guarda está de luto” e que mantém “esperança que o militar possa ser encontrado” para que seja possível dar “algum conforto à família”.
“Temos também as várias equipas de psicologia no terreno e, neste momento, o que nos preocupa é o bem-estar dos nossos militares e das famílias que estão de luto”, disse.
Até ao momento foram localizados os corpos de quatro militares da GNR, continuando desaparecido um outro elemento, entre os 29 e os 45 anos, três naturais de Lamego, um de Moimenta da Beira e outro de Castro Daire, no distrito de Viseu.
As causas do acidente ainda não são conhecidas.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários tem uma equipa no terreno a investigar o acidente.
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