A recuperação de habitações afectadas, linhas de financiamento para produtores agrícolas e verbas para evitar contaminação de linhas de água foram os principais apoios concedidos pelo Governo aos afectados do incêndio na serra de Monchique.
O incêndio deflagrou há um mês, em 3 de Agosto, e atingiu durante uma semana os concelhos de Monchique, Silves e Portimão, no distrito de Faro, mas também Odemira, no distrito de Beja, com a resposta das autoridades e equipas de socorro direccionada para o combate ao fogo e salvaguarda da vida humana e o objetivo de evitar mortes como as registadas no ano passado nos incêndios que afetaram o centro do país.
Às medidas de emergência adoptadas por autarquias, dependências do poder central, associações ou voluntários, durante e imediatamente após o incêndio, como a criação de estruturas de acolhimento a pessoas retiradas de casa ou a alimentação e cuidados veterinários a animais, somaram-se depois outras decididas pelo Governo e que superam os 10 milhões de euros para minimizar o impacto do fogo.
Em 10 de Agosto, dia em que o incêndio foi declarado dominado, o primeiro-ministro, António Costa, reuniu-se em Monchique com autarcas dos municípios afetados, anunciou um “programa de reordenamento económico da serra de Monchique” e elencou como prioridades o apoio às pessoas desalojadas, a reconstrução das habitações danificadas, a alimentação animal, o restabelecimento do potencial produtivo e a estabilização de emergência dos solos para evitar derrocadas.
Seis dias depois, o presidente da Câmara de Monchique, Rui André, disse que havia 74 habitações danificadas, 30 de primeira residência, e anunciou que os proprietários teriam acesso a um programa piloto (Porta de Entrada) para o realojamento, que poderia ser feito através do aluguer de casas, com apoios até cinco euros por metro quadrado arrendado, ou em unidades hoteleiras, com 53 euros diários de apoio.
O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, anunciou em Monchique, também no dia 16, que estavam registadas 150 produções agrícolas com prejuízos e que o Governo iria abrir na semana seguinte candidaturas para apoios a fundo perdido de 100%, até aos 5.000 euros, de 85%, entre os 5.000 e os 50.000 euros, e de 50%, entre os 50.000 e 800.000 euros.
O ministro frisou que havia uma diferença relativamente aos apoios concedidos para os incêndios de 2017, porque as despesas poderiam ser feitas desde a data do incêndio, em vez de na data do lançamento da candidatura.
No dia 22, o Governo disponibilizou cinco milhões de euros para resposta a prejuízos de agricultores das freguesias afectadas.
Relativamente à recuperação de linhas de água, o Ministério do Ambiente anunciou que destinou 1,1 milhões de euros para minimizar efeitos de cheias e inundações, intervenções que arrancaram de imediato, com base num protocolo, assinado também em 22 de Agosto, pelo ministro, João Pedro Matos Fernandes, e representantes das autarquias de Monchique, de Silves e de Portimão.