Nos últimos anos o Estado fez um esforço para acelerar os pagamentos aos seus fornecedores, mas há sectores onde o problema não só é crónico como se agrava. E vai além do sector da Saúde.
Na Cultura, há um organismo que em 2020 demorou em média mais de dois anos a pagar a quem lhe prestou serviços ou vendeu bens. Na Defesa, outra entidade recordista demorou em média um ano.
Em período de crise, os atrasos asfixiam ainda mais as empresas, e, para os representantes dos patrões, têm um autor material: o ministério das Finanças, e o seu “laxismo oportunista”.
Pagamentos em atraso já totalizam 836 milhões no 1.º semestre
Os pagamentos em atraso das entidades públicas fixaram-se em 836 milhões de euros no final de junho, mais 385,4 milhões de euros do que no mesmo período do ano anterior, indicou a Direção-Geral do Orçamento (DGO).
“No final de junho, os pagamentos em atraso das entidades públicas ascenderam a 836 milhões de euros, o que representou um aumento de 385,4 milhões de euros relativamente ao período homólogo e um aumento de 118,1 milhões de euros face ao final do mês anterior”, revelou a síntese de execução orçamental.
A variação homóloga é justificada, sobretudo, pelos hospitais EPE (Entidade Pública Empresarial), com um aumento de 405,2 milhões, que, no entanto, foi atenuado por uma contração de 24,3 milhões de euros na administração regional.
O défice das contas públicas agravou-se para 7.060 milhões de euros no primeiro semestre, mais 150 milhões de euros no período homólogo, impactado pela terceira vaga da pandemia de covid-19.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso