Em tempos de incerteza global, a possibilidade de uma guerra nuclear torna-se um tema de preocupação crescente. De acordo com a jornalista de investigação Annie Jacobsen, autora de best-sellers do New York Times, a guerra nuclear, tal como o impacto de um asteroide, é um dos poucos cenários capazes de acabar com a civilização como a conhecemos.
No seu mais recente livro, “Guerra Nuclear: Um Cenário”, Jacobsen descreve detalhadamente as consequências devastadoras de um ataque nuclear. Numa entrevista ao podcast “The Diary of a CEO”, conduzido por Steven Bartlett, a autora revelou a sua visão sobre o que aconteceria em tal cenário e, crucialmente, onde deveríamos procurar refúgio.
Consequências de um Ataque Nuclear
Num excerto do seu livro, Jacobsen pinta um quadro aterrador das consequências imediatas de um ataque nuclear: “Mil cidades e vilas americanas onde todas as estruturas num raio de até 11,6 quilómetros mudam de forma física, desmoronam e queimam. Mil cidades e vilas com ruas de asfalto derretido, mil cidades e vilas com sobreviventes empalados até à morte por destroços voadores, mil cidades e vilas cheias de dezenas de milhões de pessoas mortas, com dezenas de milhões de infelizes sobreviventes a sofrerem mortes fatais de queimaduras de terceiro grau.”
Locais de Refúgio
Segundo Jacobsen, aproximadamente cinco mil milhões de pessoas morreriam num ataque nuclear, deixando cerca de três mil milhões de sobreviventes. “Onde irei para ser um dos três biliões?” questiona a autora, revelando que, após analisar um mapa, concluiu que os locais mais seguros seriam a Nova Zelândia e a Austrália.
Jacobsen sublinha que a Austrália e a Nova Zelândia, devido ao seu isolamento geográfico, sofreriam efeitos mínimos de uma guerra nuclear. “Puxei um mapa e estava a tentar ver o quão longe estava de tudo se fosse por causa da III Guerra Mundial… e pensei que se estourasse agora, estaria muito bem localizada”, afirmou a autora.
Vantagens da Isolação Geográfica
A maior parte do mundo, especialmente as latitudes médias, seria coberta por camadas de gelo, com corpos de água doce e áreas agrícolas transformadas em neve durante uma década. Este cenário resultaria em falhas agrícolas massivas e, consequentemente, na morte de milhões de pessoas devido à fome. Além disso, a radiação nuclear danificaria severamente a camada de ozono, forçando os sobreviventes a viver no subsolo e lutando por recursos básicos.
Enquanto a possibilidade de uma guerra nuclear permanece uma ameaça sombria, Jacobsen oferece uma perspectiva sobre onde poderia haver uma chance de sobrevivência. Com a Austrália e a Nova Zelândia destacando-se como refúgios possíveis, a autora conclui: “As pessoas serão forçadas a viver no subsolo e então há que imaginar as pessoas a lutar por comida em todos os lugares, exceto na Nova Zelândia e na Austrália”.
A reflexão de Jacobsen serve como um alerta e um convite à preparação, reforçando a importância de se considerar opções seguras em cenários de crise global.
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