O Governo, que na passada terça-feira discutiu em Conselho de Ministros o segundo orçamento rectificativo para este ano, incluiu no documento a submeter à Assembleia da República um novo quadro económico previsional.
Este que é o desenho da previsão do Governo para as principais variáveis económicas internas, reviu em alta o valor da dívida pública para este ano, fixando-o nos 130,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Um aumento de 0,7 pontos percentuais (pp) face às previsões mais recentes, disse hoje a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
“Fazemos uma revisão do que é a previsão da dívida para os 130,9% do PIB [Produto Interno Bruto]”, disse Maria Luís Albuquerque.
No cenário macroeconómico mais recente, apresentado em Abril, no Documento de Estratégia Orçamental (DEO) e agora revisto, o Governo estimava que a dívida pública se fixasse nos 130,2% do PIB este ano.
O Orçamento do Estado para 2014 previa uma dívida pública de 126,6% do PIB, pelo que é a segunda vez que o valor da dívida é revisto em alta. São aliás vários os economistas que antevêem a continuação da subida da dívida para valores ainda superiores aos actuais, nomeadamente devido à necessidade de acomodar nesta rúbrica valores oriundos das contas das empresas públicas por determinação da União Europeia.
Desemprego em baixa e PIB a subir
No cenário criado pelo Ministério das Finanças para vigorar a partir deste rectificativo as boas notícias vêm dos números do desemprego, com o executivo a prever que a respectiva taxa atinja 14,2%, revelou hoje a titular das Finanças.
Também o PIB previsto acusa melhorias. O Estado fixa a previsão de crescimento do produto em 1%, com a receita fiscal e a receita da Segurança Social a acompanhar o desempenho da economia, prevendo-se agora que aumentem 0,7% e 0,3% do PIB, respectivamente.
O Orçamento do Estado de 2014 foi feito tendo por base um crescimento do PIB de 0,8% e uma taxa de desemprego de 17,7% para este ano, por isso estes ajustamentos ao cenário macroeconómico no orçamento rectificativo têm um efeito favorável nas contas públicas.
Confiança dos consumidores e clima económico com dados mistos
Entretanto o Instituto Nacional de Estatística revelou que o indicador de confiança dos consumidores diminuiu “ligeiramente” em agosto, após registar o valor mais elevado desde Janeiro de 2007. Para o INE este indicador suspendeu o “acentuado movimento ascendente” observado desde o início de 2013, o que ficou a dever-se ao contributo negativo das perspectivas relativas à evolução da poupança e da situação económica do país.
Quanto ao indicador de clima económico fixou-se no máximo desde Julho de 2008, divulgou hoje o instituto, assinalando que o mesmo recuperou “ligeiramente” em Agosto, prolongando o perfil crescente iniciado em Janeiro de 2013.
(com Agência Lusa)