O Governo anunciou esta sexta-feira um programa para reduzir em 90% o número de alunos sem aulas no final do primeiro período e acabar com longos períodos sem professores.
No natal de 2023, quando terminou o 1.º período de aulas, havia 20.087 alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina, revelou o ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI), durante a apresentação de um plano aprovado hoje em Conselho de Ministros para reduzir o número de alunos prejudicados pela falta de aulas.
Em setembro de 2023, havia mais de 324 mil alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina, um problema que foi diminuindo ao longo do ano, mas que continuava a afetar mais de 22 mil estudantes no passado mês de maio, segundo informações avançadas hoje pelo ministro Fernando Alexandre.
“As aulas não começaram para um terço dos nossos alunos e este é um problema muito grave”, lamentou Fernando Alexandre, defendendo que a falta de aulas “é o problema mais grave do nosso sistema de ensino” e “põe em causa o percurso escolar”.
Quase mil alunos passaram todo o ano letivo sem aulas a pelo menos uma disciplina, segundo dados avançados pelo ministro, que sublinhou que os estudantes mais afetados por períodos prolongados sem aulas estão concentrados “em contextos socioeconómicos mais desfavorecidos”.
As disciplinas onde há mais falta de professores são Informática, Português, Geografia, Matemática ou docentes do ensino pré-escolar, acrescentou.
É nas zonas de Lisboa e do Algarve que se concentram as escolas com mais problemas, segundo um levantamento apresentado hoje pelo ministro no final da reunião de Conselho de Ministros, onde foi aprovado um conjunto de medidas para combater o problema.
Dos 163 agrupamentos escolares sinalizados como não tendo professores nos últimos três anos, 119 estão localizados na Área Metropolitana de Lisboa, salientou o ministro.
O plano do Governo quer que no próximo ano letivo não haja um único aluno sem “interrupções prolongadas”.
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