Um homem de 70 anos, residente em Brescia, Itália, tornou-se alvo de atenção pública ao revelar que gastou uma quantia impressionante de 407 mil euros em raspadinhas sem prémio. Esta história, contada pelo próprio ao Corriere della Sera, destaca os perigos do vício do jogo e a sua devastadora influência na vida de indivíduos.
O italiano admitiu guardar as raspadinhas sem prémio como uma “lembrança de todo o dinheiro que gastou ao longo dos anos” num vício que o levou numa luta desenfreada pelo sonho inalcançável de riqueza. Apesar da esperança de que ao confrontar-se com os seus desperdícios o ajudasse a parar, ele percebeu que essa estratégia foi ineficaz. Agora, finalmente está a receber tratamento para lidar com o seu vício.
As raspadinhas, que representam uma montanha de perdas financeiras e emocionais, foram entregues pelo homem a um realizador local. Estas estão a ser utilizadas em diversas iniciativas sociais, incluindo uma peça de teatro que aborda a dependência do jogo. Financiadas pela Ats Brescia, estas ações visam sensibilizar o público para os riscos associados ao jogo compulsivo e à necessidade urgente de intervenção e apoio para aqueles que lutam contra esta dependência.
A história deste homem, citada pelo Notícias ao Minuto, serve como um poderoso lembrete dos efeitos devastadores do vício do jogo e da importância de oferecer suporte e tratamento para aqueles que enfrentam esta batalha. É um testemunho do poder da partilha de experiências pessoais para educar e conscientizar sobre os perigos do jogo descontrolado e para inspirar mudanças positivas na sociedade.
Vício das raspadinhas afeta 100 mil portugueses e é mais comum entre os pobres
Cerca de 3% dos adultos em Portugal estão em risco de desenvolver problemas relacionados com o jogo, e aproximadamente 100.000 pessoas apresentam sintomas associados ao vício em raspadinhas, tais como depressão, ansiedade e stress.
Este tipo de jogo, segundo o estudo, afeta proporcionalmente mais mulheres do que homens, ao contrário do que acontece em outras modalidades de jogo. Além disso, a probabilidade de vício aumenta com a idade, sendo que os indivíduos com mais de 66 anos tendem a jogar mais.
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