O Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema, que permite incentivos fiscais à produção cinematográfica e audiovisual em Portugal, originou no país um investimento de 58,7 milhões de euros entre 2018, quando foi criado, e 2020.
Os dados são revelados pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), num relatório estatístico sobre a atividade daquele fundo financeiro, criado para captação e filmagens estrangeiras em Portugal e para apoiar produção cinematográfica e audiovisual, “com um propósito de valorização e promoção da imagem do território e do país”.
De acordo com o documento, desde 2018, o Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema recebeu 79 candidaturas, tendo sido aprovados incentivos a 49, num valor total de 15,3 milhões de euros. O retorno de investimento em Portugal dessas candidaturas aprovadas foi de 58,7 milhões de euros.
Como ainda existem 24 candidaturas em fase de análise, o ICA estima que o valor correspondente aos incentivos fiscais deverá ficar perto dos 20 milhões de euros e o retorno de investimento total em Portugal poderá ultrapassar os 80 milhões de euros.
Criado em 2018, o Fundo de Apoio ao Turismo, Cinema e Audiovisual tem uma dotação global de 50 milhões de euros para aplicar nestas três áreas. No caso do cinema e audiovisual, a candidatura implica que seja feito um investimento mínimo de 500 mil euros em território nacional, no caso de ficção e animação, e de 250 mil euros, no caso de documentários e trabalho de pós-produção.
Há fatores de ponderação na atribuição destes incentivos, como, por exemplo, o potencial impacto económico de uma candidatura em Portugal, despesas realizadas em territórios de baixa densidade e a contratação de atores e técnicos portadores de deficiência.
O documento sobre a atividade do fundo revela que foram apoiadas 32 longas-metragens de ficção, 11 séries de ficção, dois telefilmes, dois documentários e um filme de animação.
Entre as candidaturas com incentivos aprovados estão, por exemplo, os filmes “Frankie”, de Ira Sachs, e “Color out of space”, de Richard Stanley, ambos rodados em Sintra, ou “Hellboy”, de Neill Marshall, com produção digital num estúdio bracarense.
“Herdade”, de Tiago Guedes, “Liberté”, de Albert Serra, “Variações”, de João Maia, e “O ano da morte de Ricardo Reis”, de João Botelho, são outras produções apoiadas pelo fundo financeiro.
Segundo o ICA, as obras finalizadas e apoiadas pelo fundo financeiros foram distribuídas em mais de 60 mercados internacionais e somaram 221,5 milhões de dólares de receita de bilheteira.