“O lugar de uma criança não é no hospital”, é este o mote do crowdfunding lançado para Fundação do Gil na plataforma GoFundMe, com o intuito de reunir apoio para a sua Unidade Móvel de Cuidados Domiciliários/Cuidados Pediátricos Integrados (UMAD), que presta cuidados de Norte a Sul do país
“A hospitalização das crianças e as vindas aos hospitais nem sempre são possíveis de ser evitadas, mas são sempre custosas para as famílias”, explica Susana Pinto, médica do Centro Materno-Infantil do Norte, num vídeo disponibilizado pela Fundação do Gil, acrescentando que “este projecto de apoio domiciliário veio ajudar a ultrapassar um bocadinho esta dificuldade e podermos levar o hospital a casa.”
Na rede social Instagram, a fundação recorda que “no presente contexto epidemiológico criado pela Covid-19, é essencial continuar a garantir cuidados clínicos/sociais de qualidade às nossas crianças com doença crónica em casa, e junto das suas famílias.”
A campanha de angariação de fundos agora criada tem como objetivo reunir 20 mil euros, soma que será aplicada “no trabalho social (cabazes alimentares, medicamentos, material técnico e mobiliário, entre outros) diário desenvolvido pelas equipas no terreno.
Alexandra Soares, mãe de Patrícia, uma das pacientes acompanhadas pela UMAD, partilha a sua experiência e explica que a filha “antes de ser acompanhada pela UMAD tinha que se deslocar ao hospital para fazer a fisioterapia, o que fazia com que tivéssemos dependentes, ela e eu, da família que tivesse disponível na altura.”
“Era muito complicado”, confessa Alexandra, “eu não sei até que ponto poderia continuar a trabalhar para a poder acompanhar, não sei se teria ainda aqui a Patrícia assim, tão bem disposta e tão fresca.”
Nuno Silva, pai da bebé Alice, que nasceu com gastrosquise, uma malformação congénita caracterizada por um defeito de formação da parede abdominal, revela que a família conta com “um apoio excelente das enfermeiras que vêm aqui a casa.” Com a equipa médica, aprenderam a prestar todo o tipo de cuidados a Alice em casa, evitando deslocações necessárias e garantindo o seu conforto. “Sempre nos ajudaram com tudo”, diz.
Desde 2006, esta valência já acompanhou mais de 5 mil crianças e tem como parceiros seis hospitais nacionais, com uma grande abrangência geográfica.
“Há muito trabalho a fazer, este projecto começou há pouco tempo mas tem muito para andar porque ainda há muitas crianças a que podemos chegar e acho que se todos trabalharmos um bocadinho e se todos nos empenharmos nisto, podemos dar uma melhor qualidade de vida ao tempo de vida destas crianças”, conclui Susana Pinto.