O movimento Cidadãos pelo CEAT e Hortas Urbanas de Tavira promove este domingo um debate subordinado ao tema “Agroecologia: Modelo de produção justo para um consumo responsável”.
O evento, integrado no Fórum Cidadania, é transmitido pelas 18:00, na página de Facebook do movimento e conta com a participação de diversos convidados.
Assim, Rosa Dias, da Quinta da Fornalha] vai falar sobre “Sistemas tradicionais e gestão de água e solos”. Pedro Nogueira, do Centro de Agroecologia de Mértola, e Alfredo Sendim, da Herdade do Freixo do Meio, abordarão o tema “Práticas regenerativas e inovadoras”. Ana Ferreira, da Cooperativa Integral Minga, e Henrique Gomes, da Biofrade, falarão sobre “Cadeias curtas de comercialização e mercados de proximidade”.
Os convidados Jorge Ferreira, da Agrosanus, e Elisabete Couto e Duarte Reis, da ViraBio, vão debruçar-se sobre o tema “Transição para modo de produção biológico”, enquanto António Marreiros, da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, Helena Freitas, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, e Laura Tarrafal Mulheres Agricultoras e Rurais de Portugal (MARP), falarão sobre “Preservação da biodiversidade ecológica e cultural”.
A apresentação das conclusões será feita por Artur Filipe Gregório, da Associação In Loco, convidado residente. A moderação está a cargo de membros do movimento de Cidadãos pelo Centro de Experimentação Agrária de Tavira (CEAT) e Hortas Urbanas de Tavira.
“Por todo o mundo, modelos de agricultura intensiva com recurso a um elevado uso de agrotóxicos têm levado à sobre-exploração, contaminação e erosão dos solos e poluição das águas e do ar, conduzindo a uma perda galopante e sem precedentes da biodiversidade”, vinca o movimento Cidadãos pelo CEAT.
A biodiversidade que sustenta os nossos sistemas alimentares está a desaparecer, colocando o futuro da nossa alimentação, meios de subsistência, saúde e ambiente sob grave ameaça. “Menos Biodiversidade significa que as plantas e animais são mais vulneráveis a pragas e doenças” – diz a FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.
A agricultura biológica usa práticas amigas da biodiversidade, porém, segundo dados estatísticos divulgados pela mesma entidade, “representa pouco mais do que 1% da superfície agrícola global”.
O movimento considera que “é importante abraçar uma abordagem inovadora ao ser elaborado o plano estratégico nacional resultante da convicção que a agroecologia será a chave para produzir uma imprescindível transição para sistemas alimentares sustentáveis”.
Cada vez é mais evidente que são “os sistemas alimentares agroecológicos que contribuem para que esses objectivos sejam atingidos, já que protegem a biodiversidade dos nossos ecossistemas, preservam a biodiversidade das culturas e promovem o sequestro de carbono. E são precisamente os pequenos produtores os guardiões dessa biodiversidade e da qualidade alimentar e ambiental”.
Cientistas europeus, numa recente carta à Comissão Europeia, “instaram a Comissão a melhorar drasticamente a fim de não danificar ainda mais o meio ambiente” e afirmam que” é precisamente a nova PAC que deve começar a procurar soluções para a crise ambiental”.
As sessões do Fórum Cidadania têm sido momentos de reflexão conjunta, nos quais os convidados especializados e cidadãos comuns trabalham sobretudo temas importantes para a sociedade, ao mesmo tempo que contribuem, direta ou indiretamente, de forma sustentada, para a discussão de um modelo de revitalização que possa ser integrador e inovador para o CEAT – Centro de Experimentação Agrária de Tavira.