A tradição oral é um dos mais importantes veículos de transmissão cultural e um dos redutos últimos da identidade de uma comunidade. É este património inalienável que o FOrA – Festival da Oralidade do Algarve, organizado pela Associação Teia d’Impulsos, vai levar para a rua num evento que promete marcar a agenda até ao próximo domingo, 14 de Maio.
O festival traz para o palco do dia-a-dia o património oral do Algarve em Portimão, Alvor e Odeceixe, com uma agenda preenchida que inclui debates, conferências, oficinas, performances, cinema e música.
Com o objectivo de promover a oralidade e o património cultural imaterial do território, divulgar tradições e encorajar o diálogo inter-geracional, sensibilizando a população para a importância de uma herança que marca a identidade da nossa região, o FOrA inicia-se este ano no Museu de Portimão.
Primeiro momento alto é dedicado ao saber
Dedicado ao conhecimento, o primeiro momento alto do FOrA 2017, quarta-feira, dia 10, decorreu no Museu de Portimão com o colóquio “Se a memória não me falha… História Oral: metodologias e boas práticas”, o primeiro momento de uma sessão de temáticas abordadas ao longo do dia que incluíram um debate sobre os limites e potencialidades da memória oral e historiografia; uma análise da organização de arquivos sobre a História Oral; uma visita guiada ao museu e um último debate sob o título “Arqueologia e memória: a História oral enquanto ferramenta ao serviço da arqueologia”.
O primeiro dia do FOrA finalizou com a cerimónia de abertura oficial do festival que aconteceu no auditório do Museu de Portimão, com um concerto dos OrBlua, um trio de músicos multi-instrumentalistas que concilia a música tradicional com o contemporânea e o experimentalismo. Carlos Norton, Inês Graça e Nuno Murta dão corpo a este projecto, criado em 2011, e cujo último álbum – “Retratos Cinéticos” – trilha o caminho de “uma sonoridade lusa que cheira a Algarve, a mar, a serra, a mediterrâneo, a Europa, a mundo que recolhe cheiros, cores, histórias, memórias, paisagens e sonhos”.
(Artigo publicado no Caderno de Artes Cultura.Sul)