O incêndio rural que deflagrou na segunda-feira em Castro Marim, e que lavra em mais dois municípios do Algarve, foi dominado às 16:02, disse à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro.
“Agora, durante o resto do dia vão prosseguir os trabalhos de consolidação de rescaldo”, explicou a mesma fonte, ressalvando que o risco de o incêndio voltar a constituir perigo é neste momento “diminuto”.
Este incêndio deflagrou na madrugada de segunda-feira na freguesia de Odeleite, no concelho de Castro Marim, mas estendeu-se para os municípios vizinhos de Vila Real de Santo António e de Tavira, obrigando a retirar de habitações cerca de 80 pessoas e evacuar um canil, com quase 200 animais.
Numa conferência de imprensa de balanço, pouco depois das 11:00, o comandante das operações de socorro, Richard Marques, referiu que foi necessário retirar “80 cães e 110 gatos” do Canil Intermunicipal de Castro Marim – Vila Real de Santo António, que foram colocados em Tavira e Loulé.
Marco Ferreira, da Guarda Nacional Republicana, adiantou que desde o início do incêndio foi necessário “evacuar 12 localidades” e que “81 pessoas foram deslocadas para locais seguros”, destacando a “ausência de feridos na população”. Um bombeiro ficou ferido, mas sem gravidade.
Quanto a edifícios destruídos, o representante indicou que o levantamento será feito assim que for possível, referindo na altura ter conhecimento apenas de uma oficina danificada.
Segundo os municípios afetados, há muitas culturas atingidas.
De acordo com o balanço feito de manhã, o incêndio tinha já afetado uma área de cerca de 9.000 hectares, depois de registar uma “taxa de expansão de 650 hectares por hora”, disse o comandante das operações de socorro.
Segundo Richard Marques, o fogo tinha atingido então um perímetro de 43 quilómetros.
“O potencial deste incêndio é de 20.000 hectares”, acrescentou.
Para as 19:00 de hoje está prevista uma conferência de imprensa das autoridades para um novo ponto de situação.
Às 16:35 o fogo mobilizava 530 operacionais, apoiados por 190 veículos e cinco meios aéreos, segundo a página da Proteção Civil nacional.
Na conferência de imprensa de balanço esta terça-feira, o comandante das operações de socorro, Richard Marques, referiu que foram montadas duas zonas de apoio à população – em Tavira, que acolheu 26 pessoas, e outra em Castro Marim, com sete pessoas acolhidas.
Um bombeiro ficou ferido durante o incêndio. É comandante da corporação de Algés e estava a ajudar no combate às chamas. Foi transportado de helicóptero para o hospital de Lisboa e já teve alta.
O alerta para o incêndio rural foi dado às 01:05 de segunda-feira e o fogo chegou a ser dado como dominado pelas 10:20, mas o “quadro meteorológico severo”, com altas temperaturas e vento, estiveram na origem de uma “reativação muito forte, em pleno período crítico do dia, junto à cabeça/flanco direito do incêndio original, e este ficou rapidamente fora da capacidade de extinção”, explicou anteriormente Richard Marques.
FUMO INVADE CÉU DE PRAIAS ALGARVIAS. BANHISTAS CAPTAM NUVEM PROVOCADA PELO FOGO DE CASTRO MARIM
O céu azul nas praias algarvias deu lugar às nuvens negras devido ao incêndio. Nas redes sociais foram várias as partilhas de quem assistiu ao cenário.
CANIL EVACUADO
O responsável revelou ainda que foi necessário retirar “80 cães e 110 gatos” do Canil Intermunicipal de Castro Marim – Vila Real de Santo António, que foram colocados em Tavira e Loulé, com o apoio de voluntários.
As chamas estendem-se por um perímetro de mais de 40 quilómetros e já consumiram nove mil hectares. Dada a dimensão e a progressão do incêndio, tornou-se difícil para os bombeiros chegarem a todo o lado. Houve localidades em que foram os populares a tentar controlar as chamas que ameaçavam as casas.
A presidente da Câmara de Tavira, Ana Paula Martins, afirmou na conferência de imprensa ter testemunhado “algumas habitações pelo menos parcialmente afetadas” e destacou que a zona da mata da Santa Rita “foi muito afetada”, tendo o fogo destruído a zona de lazer.