O incêndio rural que deflagrou no sábado em Odemira e entrou nos concelhos de Monchique e Aljezur (Faro) destruiu pelo menos duas casas e uma unidade de turismo rural, além de vários anexos, disseram esta quarta-feira os presidentes dos municípios.
No município alentejano de Odemira há registo de uma unidade turística que ardeu quase na sua totalidade e de uma residência de primeira habitação destruída, ambas localizadas no Vale Juncal, em São Teotónio, disse aos jornalistas o presidente da Câmara de Odemira (distrito alentejano de Beja), Hélder Guerreiro, numa conferência de imprensa no posto de comando.
Classificando o incêndio como uma “tragédia”, o autarca disse que estes são dois “casos inequívocos” de destruição de edificado, mas referiu haver outras perdas que é preciso identificar, nomeadamente em Vale de Água, onde não houve casas ardidas, mas em que o fogo destruiu alguns anexos.
“Mesmo que não tenham perdido a habitação, acabaram por perder recheios e a possibilidade de ter alimento e vestuário”, apontou, acrescentando que há um “conjunto significativo” de animais que ficaram sem alimento e que os anexos ardidos “também representam perdas” para as pessoas.
Hélder Guerreiro salientou que o município já começou a fazer os “maiores levantamentos possíveis” do ponto de vista de perdas e infraestruturas e “das vidas e projetos das pessoas”, do ponto de vista económico.
“Estamos a falar de muitas perdas do lado da agricultura, mas muitas perdas também do lado do turismo”, lamentou, sublinhando que a principal preocupação agora é acorrer às situações de emergência nas casas, mesmo nos casos em que não se tenha perdido a habitação.
O presidente da Câmara de Odemira garantiu ainda que as situações sociais já estão a ser acompanhadas e identificadas “uma a uma” e que o executivo está a trabalhar no sentido de poder dar uma resposta aos cidadãos afetados.
Já em Aljezur, no distrito de Faro, o presidente do município, José Gonçalves, indicou ter conhecimento de uma casa ardida, que será uma casa de férias, na zona da Boavista, em Odeceixe, vila que na segunda-feira esteve rodeada pelas chamas.
Sublinhando não dispor ainda de dados concretos, o autarca algarvio disse que agora é altura de colocar as equipas no terreno e fazer um levantamento dos estragos, mostrando-se preocupado com possíveis reativações do incêndio.
No concelho algarvio de Monchique, onde o fogo entrou ao final do dia de segunda-feira, ardeu uma área de 426 hectares, principalmente de mato e eucaliptal, mas também algum medronhal e sobreiros, indicou o presidente do município.
“Não houve danos de monta a registar, fora a biodiversidade”, sublinhou Paulo Alves, lembrando que durante o incêndio foi necessário retirar preventivamente 20 pessoas das suas casas, das zonas do Passil, Selão e Foz do Besteiro.
O incêndio que lavrava desde sábado em Odemira foi dominado hoje às 10:15, mas ainda há pontos que merecem atenção, sobretudo na frente sul, no cruzamento das duas regiões, segundo a Proteção Civil.
No ‘briefing’ realizado às 11:40 no posto de comando instalado em São Teotónio, o comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, Vítor Vaz Pinto, afirmou que em todo o perímetro do fogo há poucas chamas ativas.
No entanto, sublinhou, espera-se que haja “muitas reativações ao longo do dia”, porque o vento mudou de quadrante e “vai afetar sobretudo a frente sul”.
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