Arranca já a 31 de Março, quinta-feira, em Loulé, a primeira edição do Festival Som Riscado, que promete ser uma verdadeira provocação aos públicos culturais jovem e jovem-adulto.
Organizado pela câmara local o evento desafia todos a implicarem-se no fenómeno cultural e a abandonarem a postura de meros observadores das manifestações artísticas que se lhes apresentam.
Não ficar indiferente é a ‘palavra de ordem’ deste festival, que pretende unir a nova música portuguesa de cariz experimental e os universos da imagem e das artes visuais.
Mas o Som Riscado é muito mais do que isto, é pura inovação, criando casamentos insuspeitos e inesperados entre os diversos artistas, unindo sonoridades da nova música nacional de linha minimal, psicadélica e electrónica à arte visual nas suas mais diversas formas, do desenho, à pintura, ao graffiti e ao cinema, passando pela fotografia, à arte digital, até à imagem animada e o design.
Ao POSTAL, Dália Paulo, responsável pelo departamento de Cultura da câmara louletana, esclareceu o carácter inovador do novo festival, dizendo que “percebemos que quer em Loulé, quer na região havia uma falta de resposta para os públicos jovem e jovem-adulto que integrasse o que de novo na região e no país se vai fazendo na área da música portuguesa e na exploração de inovadores conceitos no mundo das artes visuais”.
A este mote responde o festival ao propor “verdadeiros e inovadores diálogos entre artistas das artes performativas e das artes visuais e plásticas”, onde o desafio lançado foi o de se unirem em parcerias para a criação de obras verdadeiramente únicas e – não poucas vezes – irrepetíveis.
Este é um dos aspectos inovadores do festival que importa realçar, mas não é o único. A ideia da equipa de programação do Som Riscado é a de que o espectador deve ser implicado em todo o festival, mais do que assistir, deve propor, questionar, desafiar e participar no fenómeno cultural.
“Maravilhem-se, impliquem-se e inquietem-se” é a proposta deste novo festival que une conferências a exposições, música a projecções, instalações e leitura entre tantos outras propostas numa programação que junta nomes como Marum Nascimento, Milita Doré, Susana de Medeiros, Menau, Vasco Célio, Carlos Barretto, João Frade, Simão Costa, Yola Pinto, Holy Nothing e Rui Monteiro, entre muitos outros.
Um verdadeiro desafio a quem assiste às performances, vê as exposições ou ouve os concertos durante este festival.
Quatro dias de artes várias e momentos raros prometem assim animar Loulé, enquanto ameaçam provocar o verdadeiro arrepio do som riscado nas consciências de quem se atrever a passar pelo Som Riscado a partir de 31 de Março.