O Plano Estratégico para a Cultura iniciou-se em outubro de 2019 com um longo diagnóstico sobre o estado de arte do setor cultural e criativo do concelho; com a auscultação a entidades, agentes culturais, cidadãos cidadãs título individual. Este documento de diagnóstico é um dos mais participados do país, contando com mais de três centenas de pareceres.
Depois do diagnóstico, seguiu-se uma fase de estruturação e análise da informação, tendo o Município apresentado publicamente esta terça-feira a primeira proposta para o Plano que estará sob consulta pública até meados de setembro.
O Plano Estratégico inclui 27 programas, constituindo a candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027 uma dimensão e programa individual por si só. Este é um programa muito abrangente e que reúne todas as dimensões e objetivos estipulados na estratégia cultural. Para além disto, este terá um grande impacto na inovação e sustentabilidade do desenvolvimento do concelho e mesmo na região. Assim, “mesmo que Faro não ganhe o título temos o compromisso de uma Estratégia para a Cultura perspetivada para a próxima década”, afirma Rogério Bacalhau.
De acordo com o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, a autarquia vê a cultura como o motor para o desenvolvimento e inovação de um futuro sustentável e inclusivo no concelho e na região. Nesse sentido, irão ser adotadas estratégias da Agenda 2030 da Unesco assentes em quatro temáticas: “Ambiente e Resiliência”; “Prosperidade e Meios de Vida”; “Competências Criativas” e “Participação Cultural”.
Segundo o primeiro tema, o plano apresenta a dimensão “Paisagem Cultural”. Nesta dimensão, os programas e projetos culturais dedicam-se ao contributo da Cultura para um ordenamento sustentável do território com ênfase no património material, imaterial e natural, na qualidade do ambiente urbano, incluindo as respostas em termos de mobilidade e equilíbrios ecológicos.
De acordo com o segundo tema, é apresentada a dimensão “Economia Criativa” que visa contribuir para os aspetos chave da Economia como o PIB, emprego, novos negócios, aposta na inovação e cruzamento entre turismo e cultura, através do desenvolvimento de projetos culturais e estruturais de governança do setor.
Segundo o terceiro tema, que irá estar associado ao “Conhecimento e Competências”, irá ter o seu foco no contributo da cultura para a construção de conhecimento.
O último tema irá apresentar a dimensão “Inclusão e Participação Cultural” que irá reforçar a coesão social e inclusão.
Assim, ao mesmo tempo, as indústrias culturais e criativas e a infraestrutura cultural assume um papel fundamental e a câmara atualiza o compromisso estabelecido em 2005 sobre a Convenção Quadro do Conselho da Europa relativa ao valor do Património Cultural para a Sociedade.
Em síntese, o Plano Estratégico para a Cultura visa auxiliar as cidades a aferir o contributo local da cultura para os ODS e para melhor alicerçar os 5 pilares da Agenda 2030: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias.