O Farense reagiu hoje à queixa apresentada pelo Marítimo junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) para anular a suspensão definitiva da II Liga de futebol, alertando para os “perigos que as misturas de interesses” podem incitar.
“Este momento, que se deveria consagrar pela cooperação, altruísmo e unidade, está a conhecer episódios de incontornável segregacionismo e evidente misantropia. Não reconhecendo um argumento válido que justifique a ação supramencionada, resta-nos alertar para os perigos que as misturas de interesses podem incitar”, realçou o clube algarvio, em comunicado.
No seu sítio oficial na Internet, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) dá conta da admissão, no passado dia 15, de uma queixa do Marítimo contra as decisões tomadas pela direção da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), em 05 de maio, quanto à suspensão definitiva da II Liga, e dois dias depois, ao regulamento do fundo de apoio aos clubes do segundo escalão.
Neste processo, Nacional e Farense, os dois primeiros classificados da II Liga à data da interrupção da competição devido à pandemia de covid-19, surgem como contrainteressados, por terem sido apontados pela direção da LPFP como promovidos.
No comunicado, o Farense garante que lutará “até às últimas consequências pelos direitos” da instituição, relembrando que a anulação da subida acarretaria “um impacto financeiro catastrófico”
“O Sporting Clube Farense está, de há duas semanas a esta parte, a dar sequência às obras necessárias no Estádio de São Luís de forma a cumprir escrupulosamente com todos os requisitos da I Liga. O Sporting Clube Farense está, de há duas semanas a esta parte, a fechar contratações com vista à I Liga. O Sporting Clube Farense está, de há duas semanas a esta parte, a trabalhar de acordo com as expectativas que nos foram comunicadas pelos órgãos competentes do futebol português”, refere o emblema algarvio, de regresso ao escalão principal após 18 anos de ausência.
Para o clube liderado por João Rodrigues, “os danos desportivos e económicos para todas as instituições e clubes de futebol, provocados pela interposição desta ação judicial sem qualquer fundamento, são muito relevantes”.
Com base nesta ação, prossegue o Farense, “os dois clubes em lugar de promoção, por mérito, competência e regularidade, são, imagine-se, os mais prejudicados de todo o campeonato”, abrindo caminho a uma “indefinição latente” que “condiciona apenas aqueles a quem o planeamento exige um esforço sobremaneira superior e naturalmente mais ambicioso”.
“O Sporting Clube Farense irá respeitar, mais uma vez, o bom-senso, a ponderação e a seriedade que estas matérias exigem. No entanto, desta vez, exigimos, também nós, respeito total”, finaliza o clube de Faro, assegurando que “o tempo e o normal funcionamento da justiça permitirão responsabilizar os promotores e autores desta ação de impugnação, assim como o ressarcimento dos prejuízos sofridos por todos os lesados”.